Natura (NTCO3) despenca quase 30% após balanço; o que fazer com as ações agora?

As ações da Natura&Co (NTCO3) tombaram mais de 19% nos primeiros minutos do pregão desta sexta-feira (14) e entraram em leilão. 

Na retomada das negociações, NTCO3 acelerou as perdas e atingiu baixa de 21,53%, a R$ 10,64, e teve as negociações suspensas mais uma vez. Acompanhe o Tempo Real. 

Por volta de 11h14 (horário de Brasília), a ação caía 28,32%, a R$ 9,72— já após o segundo leilão. Os papéis operam entre os mais negociados da B3. 

A derrocada acontece em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), divulgado ontem (13) depois do fechamento dos mercados. 

A varejista reportou prejuízo líquido de R$ 438,5 milhões entre setembro e dezembro, uma redução de 83,5% na base anual. No mesmo período de 2023, a empresa tinha registrado um prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ficou negativo em R$ 139,6 milhões entre outubro e dezembro, ante Ebitda positivo de R$ 466 milhões no mesmo período de 2023.

  • Confira os números do balanço em detalhes: Natura&Co (NTCO3) reporta prejuízo de R$ 438,5 milhões no 4T24

O que dizem os analistas

Em geral, os analistas avaliam que o resultado da Natura no quarto trimestre foi negativo. O BTG Pactual, por exemplo, classificou os números como “poluídos” e abaixo das expectativas.

Para os analistas do Bradesco BBI, a queda das ações já era esperada, visto que a margem Ebitda, por exemplo, veio abaixo das projeções do mercado. 

O banco afirma que a margem bruta mostrou “uma desaceleração importante e inesperada de 63,2%”, impactada por campanhas promocionais e pelo mix de produtos. 

Na avaliação do banco, esses números ofuscam outros pontos positivos, como as vendas e a dívida líquida melhores e a receita líquida em linha com o esperado.  

O Safra destaca que a empresa continua a ser fortemente impactada pelos custos de transformação ‘não recorrentes’ e pelas despesas relacionadas à Avon International. 

Os resultados passaram a incluir a Avon International a partir de dezembro, com a conclusão do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11). 

“A marca Natura continuou a superar o desempenho, mas não conseguiu compensar os resultados arrastados da Avon”, escreveram Vitor Pini, Renan Sartorio e Tales Granello. 

Para o BTG Pactual, mesmo excluindo a Avon International, os números ficaram abaixo de suas estimativas, principalmente devido a despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) mais altas e uma margem bruta mais baixa

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NTCO3 é venda? 

Apesar do resultado negativo, os principais bancos mantiveram as recomendações para as ações da Natura entre neutro e compra. 

O JP Morgan, que tem classificação de compra, afirma que um “momentum” positivo em torno da empresa vem sendo construído entre os investidores.  

Na mesma linha, o BTG Pactual afirma que a companhia mostrou esforços para simplificar a estrutura e melhorar as margens operacionais nos últimos trimestres — o que deixa os analistas do banco “reconhecidamente mais positivos”. 

“No entanto, a reestruturação em andamento ainda significa riscos para a tese (conforme demonstrado no quarto trimestre, com números poluídos e mais fracos do que o esperado)”, escreveram Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo, em relatório. 

Para o Safra, os custos de transformação devem continuar em 2025 e ainda há incerteza sobre a possível venda ou descontinuação da Avon International, e como isso impactaria os resultados futuros.

Confira as recomendações para Natura que o Money Times teve acesso:

Banco Recomendação Preço-alvo
Bradesco BBI Compra  R$ 17
BTG Pactual Neutra R$ 18
JP Morgan  Compra R$ 21
Safra  Neutra  R$ 14
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