JBS avança para dupla listagem no Brasil e nos EUA com acordo entre J&F e BNDES

A JBS anunciou nesta segunda-feira (17/03) que sua controladora J&F Investimentos e a BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, fecharam um acordo que viabiliza a dupla listagem das ações da companhia nas bolsas de valores de Nova York (Nyse) e São Paulo (B3).

Pelo acordo, a BNDESPar, que detém 20,8% do capital da JBS, poderá receber uma remuneração eventual de até R$ 500 milhões caso ocorra uma valorização das ações abaixo de determinado patamar estabelecido entre as partes.

Um ponto importante do acordo é que a BNDESPar se absterá de votar na assembleia que decidirá sobre a dupla listagem, deixando a decisão nas mãos dos demais acionistas minoritários, que ainda deverá ser marcada. Ainda não há um cronograma oficial para a listagem da JBS na Nyse.

Dupla listagem

A dupla listagem faz parte da estratégia da JBS de ampliar sua base de investidores internacionais e reduzir seu custo de capital. Conforme a companhia divulgou anteriormente, a iniciativa inclui a criação de ações Classe A para negociação na bolsa de Nova York e BDRs (Brazilian Depositary Receipts) Nível II na B3, lastreados a esses papéis internacionais.

Durante o processo, a JBS tem enfrentado resistências de grupos políticos e ambientalistas norte-americanos, que exigiram maior transparência sobre suas iniciativas ESG. A empresa afirmou à época que “há anos relata dados abrangentes sobre suas emissões de acordo com padrões da indústria” e tem trabalhado com parceiros, incluindo agricultores, para identificar formas de reduzir emissões.

A companhia também anunciou o compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa para zero líquido até 2040 e eliminar o desmatamento ilegal de sua cadeia de suprimentos brasileira até 2025.

Com a negociação dos papéis em Nova York, a expectativa do mercado é que a estratégia da JBS permita competir em pé de igualdade com seus pares globais e financiar oportunidades de crescimento.

A JBS é hoje uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com operações em 17 países através de mais de 250 fábricas, aproximadamente 280 mil funcionários, mais de 300 mil clientes e produtos comercializados em mais de 180 países.

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