Selic a 14,25%: 4 pontos para entender por que o Copom elevou o ritmo de alta dos juros para 1 p.p.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual (p.p.), para 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2016.

A decisão já era esperada pelo mercado, dado que a alta fazia parte do guidance do BC divulgado na decisão de dezembro.

Desta vez, os diretores do Copom reforçaram o impacto da política fiscal na trajetória da monetária. “A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, diz o comunicado.

Eles também já contrataram uma nova elevação na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio, ainda que em menor magnitude.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião.”

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Selic a 14,25%: Entenda o movimento do Copom

Internacional

No comunicado, o Copom reforçou o ambiente externo “permanece desafiador”, em função da conjuntura econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza da política comercial do país e seus efeitos.

“Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Federal Reserve (Fed) e acerca do ritmo de crescimento nos demais países”, diz o comunicado.

Os diretores ainda destacaram que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para as metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho.

“O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.

Economia brasileira

Em relação ao cenário doméstico, os diretores ressaltam que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, “ainda que sinais sugiram uma incipiente moderação no crescimento”.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, diz o comunicado.

O comunicado também destaca a persistência de uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação.

Do lado fiscal, o Copom tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes impactam a política monetária e os ativos financeiros.

“A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.”

Para onde vai a Selic?

O Copom indicou uma nova alta Selic na próxima reunião de maio, em menor magnitude em relação à decisão desta quarta-feira (19).

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião.”

Os diretores reforçaram que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação.

Decisão unânime

Segundo o comunicado, os dirigentes do Banco Central entraram em consenso e a decisão foi novamente unânime.

Gabriel Galípolo (presidente), Ailton de Aquino, Diogo Guillen, Gilneu Vivan, Izabela  Correa, Nilton Schneider, Paulo Picchetti, Renato Dias e Rodrigo Teixeira votaram pela alta de 1 p.p.

Veja o comunicado do Copom

Copom_mar25 by liliane.santos

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