Ambipar (AMBP3): CVM determina que gestora lance oferta após alta de 1.000%

A CVM determinou que os responsáveis pela disparada de mais de 1.000% das ações da Ambipar (AMBP3) no ano passado realizem uma oferta pública de aquisição (OPA) na B3.

A decisão ocorre porque as compras ultrapassaram o limite de um terço das ações em circulação (free float), o que exige, segundo a legislação, uma OPA para os acionistas minoritários.

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A autarquia apontou que a gestora Trustee, cujos fundos têm como cotista o empresário Nelson Tanure, atuou em conjunto com o controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi Junior, na aquisição dos papéis, resultando na valorização expressiva da ação.

Com isso, a Trustee tem até 21 de abril para lançar a OPA, embora ainda seja possível recorrer da decisão.

Ainda não há definição sobre o preço da oferta, mas a CVM identificou que a barreira de um terço do capital foi ultrapassada em 12 de julho de 2023, quando AMBP3 fechou o pregão a R$ 21.

Atualmente, os papéis da Ambipar são negociados a R$ 121,69, o que dá à companhia um valor de mercado superior a R$ 20 bilhões.

Escalada da Ambipar

A escalada das ações começou em maio de 2023, impulsionada por compras realizadas pelo próprio controlador da empresa e pelo programa de recompra de ações da Ambipar.

A entrada dos fundos da Trustee fortaleceu o movimento, que culminou em um short squeeze — situação em que investidores que apostavam na queda das ações foram forçados a recomprá-las, acelerando ainda mais a alta.

Parte do mercado já apontava para uma atuação coordenada entre Borlenghi e Tanure, o que reforçou as suspeitas sobre a necessidade de uma OPA.

Até o momento, a Ambipar não se manifestou sobre a decisão da CVM, e a reportagem não conseguiu contato com representantes da Trustee. Caso haja algum posicionamento, a matéria será atualizada.

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