Vídeo falso com Nikolas Ferreira esconde golpe; confira

Um vídeo que circula nas redes sociais utiliza tecnologia deepfake para manipular falas dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Lucas Polese (PL-ES), afirmando que o governo estaria distribuindo indenizações e que, para receber o dinheiro, seria necessário pagar uma taxa administrativa. A informação é falsa.

A gravação distorcida induz os usuários a acessarem um site para consulta do suposto benefício, mas na realidade o link leva a um conteúdo sem qualquer relação com indenizações. A estratégia tem sido utilizada por golpistas para enganar vítimas e obter pagamentos indevidos.

Como o vídeo foi manipulado para enganar os usuários

A análise feita pela Lupa identificou que o conteúdo original foi retirado de um vídeo publicado pelo deputado Lucas Polese em março deste ano. No material autêntico, os parlamentares comentavam sobre supostas ações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), sem qualquer menção a indenizações.

Os golpistas utilizaram ferramentas de Inteligência Artificial para modificar as falas dos políticos e criar um falso discurso, tornando o conteúdo aparentemente legítimo. Entre as técnicas utilizadas estão:

• Alteração de falas: As vozes foram sintetizadas para simular um discurso natural.
• Sincronização labial: As imagens foram manipuladas para parecer que os parlamentares realmente pronunciaram as frases forjadas.
• Inserção de legendas falsas: O vídeo contém textos que reforçam a narrativa enganosa.

A manipulação foi confirmada por softwares especializados em detecção de deepfakes, como SightEngine e Hive.

Falsa taxa para liberação do dinheiro expõe golpe já conhecido

No vídeo, é dito que para garantir a indenização seria necessário pagar uma taxa, uma prática comum em golpes financeiros. Esse tipo de abordagem já foi identificado em diversas fraudes analisadas por verificadores de notícias.

Geralmente, o golpe segue este padrão:

1. A vítima recebe um link para consultar se tem direito a um suposto benefício.
2. O site pede dados pessoais e exibe um valor fictício disponível para saque.
3. Antes de liberar o dinheiro, é solicitada uma “taxa administrativa”.
4. Após o pagamento, a vítima percebe que nunca recebeu a indenização prometida.

Golpistas alteram links para dificultar denúncias

Outro detalhe importante na fraude é a mudança do link que acompanha a publicação. Inicialmente, o endereço direcionava os usuários para uma página do Ministério Público, mas foi alterado posteriormente para um site fraudulento.

Essa técnica tem sido utilizada para driblar sistemas de detecção de golpes nas redes sociais. A estratégia inclui:

• Uso de links aparentemente confiáveis para evitar denúncias imediatas.
• Alteração da URL depois de um tempo, redirecionando para o site falso.
• Permanência da postagem na plataforma, evitando que seja removida rapidamente.

Esse tipo de prática reforça a necessidade de verificar qualquer link antes de fornecer informações pessoais ou realizar pagamentos.

Como evitar cair em golpes de deepfake e falsas indenizações

Para se proteger desse tipo de fraude, siga estas recomendações:

• Desconfie de promessas de dinheiro fácil, especialmente quando há exigência de pagamento prévio.
• Verifique a fonte da informação em sites oficiais do governo.
• Não clique em links suspeitos recebidos por redes sociais ou aplicativos de mensagens.
• Consulte páginas de checagem como a Lupa, Estadão Verifica e Agência Lupa para confirmar a veracidade da informação.

Golpes como esse utilizam tecnologia avançada para enganar vítimas, mas a melhor defesa ainda é a informação. Compartilhar conteúdos verificados e denunciar fraudes são medidas essenciais para evitar que mais pessoas sejam prejudicadas.

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