Empresas vão perder margem com a desglobalização? Veja a análise

O segredo para se qualificar em tecnologia sem gastar nada

A tendência de um mundo menos globalizado, marcada por disputas comerciais e tensões geopolíticas entre grandes potências, pode representar um desafio significativo para as empresas nos próximos anos. Essa é a avaliação de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, em entrevista ao programa BM&C News.

Segundo William, durante décadas, as empresas se beneficiaram diretamente da globalização. Ao descentralizar operações, terceirizar mão de obra e acessar insumos mais baratos em diferentes regiões, as companhias conseguiram ampliar produtividade, reduzir custos e expandir margens. Com o recuo desse processo, os desafios se intensificam.

Tem um monte de empresa que, nos últimos anos, se aproveitou da globalização, diversificou mão de obra, melhorou custo, melhorou margem. Agora vai ter que se reinventar.

Impacto direto na rentabilidade e margens das empresas

A desglobalização, se confirmada como tendência estrutural, deve afetar diretamente a rentabilidade das empresas, sobretudo americanas, que historicamente lideraram o processo de internacionalização produtiva. O encarecimento da produção, a necessidade de relocalização de fábricas e a redução da eficiência operacional tendem a pressionar margens no curto prazo.

William aponta que o investidor precisa considerar esse novo cenário nas análises de longo prazo, pois se trata de um ciclo de transformação que poderá durar anos:

Se não temos mais o advento da globalização para ajudar a melhorar tudo… produtos mais baratos, margens mais saudáveis… as empresas vão precisar encontrar outras formas de eficiência.

Tecnologia e inovação devem reequilibrar o jogo

Apesar do impacto negativo no curto prazo, o estrategista vê na tecnologia uma força compensadora. A inteligência artificial, aliada ao avanço de ferramentas digitais e automação, pode substituir parte dos ganhos proporcionados pela globalização.

Acredito que é uma dor de curto prazo para colher excelentes frutos no futuro. A inteligência artificial e o avanço tecnológico vão ajudar.” avalia o estrategista.

William reforça que as empresas líderes globais — como Apple, Google, Microsoft e Novo Nordisk — já demonstraram capacidade de adaptação em cenários adversos e devem continuar sendo protagonistas, mesmo em um ambiente menos integrado internacionalmente.

Lideranças políticas mudam, empresas permanecem

O estrategista minimiza o impacto de lideranças políticas momentâneas nas estratégias das grandes companhias. Para ele, a lógica de mercado e a capacidade de inovação das empresas se sobrepõem à volatilidade dos governos.

Trump, Xi Jinping, Macron… eles passam. Apple fica, Google fica, Microsoft fica. São empresas de trilhões que vão encontrar formas de serem mais produtivas, absorver custos e entregar retorno ao acionista.” destaca Castro Alves.

Essa visão reforça o papel das grandes corporações como vetores de estabilidade e continuidade num cenário global fragmentado. Ainda que o ambiente de negócios se torne mais complexo, a expectativa é que as empresas mais sólidas sigam liderando a geração de valor para investidores.

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