Ibovespa (IBOV) abre em alta aos 131 mil pontos com recuo de Trump; 5 coisas para saber ao investir hoje (23)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quarta-feira (23) em alta com mais um recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por volta das 10h03 (horário de Brasília), o principal índice da Bolsa brasileira subia 0,47%, aos 131.097,86 pontos.


O dólar à vista recuava ante o real nas primeiras negociações de hoje à medida que os investidores digeriam o recuo de Trump em seus ataques ao chair do Federal Reserve, e com a expectativa ainda de alívio nas tensões comerciais entre EUA e China.

Por volta das 10h (horário de Brasília), o dólar à vista cai 0,54%, a R$ 5,6940.

Do lado corporativo, nesta quarta-feira (23) será divulgado o balanço do primeiro trimestre de 2025 (1T25) da Hypera (HYPE3), após o fechamento do mercado. Na quinta-feira, é a vez da Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5) reportarem os números referentes ao período entre janeiro e março.

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Radar do mercado

  • BS (JBSS3), Embraer (EMBR3), Klabin (KLBN11) e outros destaques 

Confira os 5 assuntos que impactam o Ibovespa nesta quarta-feira (23)

1 – Mercados disparam com novo recuo de Trump

Na competição de braço de ferro, o mercado mostrou que tem mais força que Donald Trump. Ontem, o presidente dos Estados Unidos segurou o tom, após as bolsas receberem mal os ataques contra Jerome Powell.

Trump disse que está frustrado com o Federal Reserve, que está levando mais tempo do que o esperado para cortar os juros, mas que não pretende demitir o presidente da autoridade monetária. A troca na diretoria do Fed seria considerada uma intervenção na instituição, que é independente da Casa Branca.

“A imprensa espalha. Não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo em sua ideia de reduzir as taxas de juros”, afirmou.

Além disso, Trump também deu um passo para trás na guerra comercial com a China. O republicano chegou a dizer que as tarifas finais sobre a China não chegariam “nem perto” dos 145% e que não vê necessidade de “jogar duro” com os chineses.

Os mercados globais receberam bem o recuo de Trump. As bolsas asiáticas fecharam em alta, assim como o mercado europeu e os futuros de Wall Street operam no positivo no início desta manhã, subindo em torno de 2%.

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2- Mercado reage bem, mas incertezas políticas seguem no radar

No retorno do feriado prolongado, a Bolsa brasileira iniciou a semana em alta, acompanhando a recuperação dos mercados internacionais. O Ibovespa voltou a superar os 130 mil pontos, e o dólar recuou, sendo negociado novamente abaixo de R$ 5,75.

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o movimento positivo foi guiado pelo exterior. “Com uma agenda doméstica esvaziada, os ativos locais seguem totalmente dependentes do humor internacional que, ao menos por ora, continua construtivo”.

Apesar do alívio nos mercados, o cenário político brasileiro permanece em foco. O presidente Lula se reúne nesta terça com líderes da Câmara, na tentativa de conter o avanço de pautas como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A movimentação ocorre em meio ao desgaste com o Congresso, especialmente após a fracassada reforma ministerial.

Lula perdeu o timing político. Os partidos já não demonstram o mesmo interesse de antes — alguns, inclusive, já operam com foco em 2026.” Spiess ainda destaca que “a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes em assumir o Ministério das Comunicações escancarou o atrito entre o governo e o União Brasil”.

Enquanto isso, Lula viaja nesta quarta-feira (23) para Roma, onde participará do funeral do Papa Francisco. Durante a ausência do presidente, o vice, Geraldo Alckmin, assume o Planalto e deve reforçar a agenda de aproximação com os EUA. Um dos gestos recentes foi a promessa de zerar tarifas de importação sobre produtos sem fabricação nacional — tentativa de sinalizar pragmatismo em um cenário externo instável.

3 – JP Morgan prevê ouro acima de US$ 4 mil

JP Morgan vê os preços do ouro ultrapassando o marco de US$ 4 mil por onça no próximo ano, após o aumento das probabilidades de recessão em meio ao aumento das tarifas dos EUA e à guerra comercial do país com a China, disse a instituição financeira nesta terça-feira.

O banco agora espera que os preços do ouro atinjam uma média de US$ 3.675/onça no quarto trimestre deste ano, a caminho de mais de US$ 4 mil/onça no segundo trimestre de 2026, com riscos de superação antecipada dessas previsões se a demanda for maior que as expectativas.

O ouro à vista, que acumula valorização de 29% e atingiu 28 recordes de alta este ano, atingiu o marco de US$ 3.500 por onça pela primeira vez nesta terça-feira. No início deste mês, o Goldman Sachs elevou estimativa de preço do metal para o final de 2025 de US$ 3.300 para US$ 3.700/onça, observando que, em “cenários extremos”, o ouro poderá ser negociado perto de US$ 4.500/onça até o final de 2025.

4- JBS (JBSS3): Conselho convoca acionistas para assembleia sobre dupla listagem

O conselho de administração da JBS (JBSS3) aprovou a convocação dos acionistas para assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 23 de maio, às 10h, a fim de discutir o plano de dupla listagem de ações, segundo fato relevante enviado ao mercado.

A companhia, maior processadora de carnes do mundo, pretende listar ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), passando a ser negociada nos Estados Unidos e no Brasil — sendo que a listagem primária está em território nacional.

“Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”, afirma o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, em nota.

O pedido da JBS teve aprovação da SEC, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. Vale destacar que também depende de aprovação do órgão brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Esta aprovação representa um dos passos fundamentais para concretizar a dupla listagem. O próximo é justamente a assembleia geral extraordinária.

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5- AgroGalaxy (AGXY3): Prejuízo líquido vai a R$ 292,4 milhões no 4T24

AgroGalaxy (AGXY3), que está em recuperação judicial, divulgou seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2024 (4T24). O prejuízo líquido ajustado ficou em R$ 292,4 milhões, contra um lucro de R$ 107,9 milhões no mesmo trimestre de 2023.

A empresa reportou uma receita líquida de R$ 741,0 milhões, contra R$ 2,4 bilhões no quarto trimestre de 2023 (4T23).

O Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, ficou negativo em R$ 206,2 milhões.  No quarto trimestre de 2023, o Ebitda ajustado registrado foi de R$ 281,7 milhões.

*Com informações de Reuters 

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