Esperança por Acordo entre China e EUA Faz Ibovespa Renovar Máxima do Ano

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Em meio à espera — e à ansiedade do mercado — por dias melhores, esta quinta-feira (24) teve o otimismo mantido pelos investidores. No Brasil, enquanto o dólar completou a quinta sessão consecutiva de perdas ante o real, encerrando novamente abaixo dos R$ 5,70, o Ibovespa renovou sua máximo no ano, passando dos 134 mil pontos, ao ser endossado por Wall Street.

No final do dia, o principal índice da bolsa brasileiro acumulou 134.580,43 pontos, uma alta de 1,79%. Já a moeda americana fechou em baixa de 0,43%, aos R$5,6933. Em abril, o dólar passou a acumular queda de 0,24%.

Perspectivas são positivas

Nas últimas sessões a divisa americana já vinha perdendo força ante o real com a perspectiva de que o presidente dos EUA, Donald Trump, possa negociar com a China, amenizando o conflito tarifário entre os países. O recuo recente de Trump de seus ataques ao presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, era outro motivo de alívio para os mercados globais.

Nesta quinta, o otimismo foi intensificado por comentários do diretor do Fed Christopher Waller, avaliando que a disputa tarifária envolvendo os EUA pode elevar o desemprego rapidamente no país e, ao mesmo tempo, suscitar cortes de juros. Já a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, pediu paciência em relação à política monetária em meio aos altos níveis de incerteza e não descartou mudanças na taxa de juros até junho, caso os dados sugiram a necessidade de ação.

Em reação, os rendimentos dos Treasuries cederam, com o mercado precificando chances maiores do FED cortar juros já em junho. Essa perspectiva da taxa de juros mais baixa nos EUA impulsionou os ativos de risco ao redor do mundo, o que levou à alta do Ibovespa, ao avanço firme do real e à queda das taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs).

Na visão do estrategista Felipe Paletta, da EQI Research, parte relevante do movimento positivo na bolsa nesta sessão está atrelada justamente ao reco dos DIs. Segundo ele, o decréscimo foi influenciado pela perspectivas de que o FED precisará agir para proteger a economia americana dos potenciais efeitos nocivos da política comercial do presidente do país.

Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam em alta, ampliando seu rali com um sólido impulso das ações de tecnologia, tendo também no radar uma série de resultados corporativos. O S&P 500 subiu 2%.

Declarações do BC

Internamente, o mercado também acompanhou declarações ao longo do dia de autoridades do Banco Central (BC). O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, afirmou que a moderação do crescimento no Brasil é importante para levar a inflação à meta, acrescentando que os riscos do choque global de comércio são de crescimento mais baixo e inflação mais alta.

Já o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Paulo Picchetti, disse que há alguma desaceleração da atividade acontecendo no momento, mas que a autarquia ainda não consegue estabelecer uma tendência real devido a dúvidas sobre a confiabilidade dos dados.

Destaques

– VALE ON avançou 1,56%, tendo no radar o resultado do primeiro trimestre no final do dia. Previsões compiladas pela LSEG apontam Ebitda de US$ 3,17 bilhões (R$ 18,037 bilhões). A ação descolou da fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, em meio à perspectiva de maior oferta. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian fechou em baixa de 0,28%, a 720,5 iuanes (R$ 561,98) a tonelada.

– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,94%, acompanhado por BRADESCO PN, que avançou 1,6%, SANTANDER BRASIL UNIT, que fechou em alta de 3,81%, e BTG PACTUAL UNIT que ganhou 1,06%, enquanto BANCO DO BRASIL ON fechou em baixa de 1,21%.

– HYPERA ON disparou 12,27%, mesmo após balanço do primeiro trimestre com prejuízo líquido das operações continuadas de R$138,8 milhões, com menores receitas no período. A farmacêutica citou a aceleração de sua estratégia para otimizar capital de giro, acrescentando que espera antecipar a conclusão do processo para o início do segundo trimestre.

– USIMINAS PNA caiu 4,28%, após disparar na abertura (+7,76%), tendo como pano de fundo balanço do primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 337 milhões, acima do esperado por analistas. A companhia afirmou que espera um cenário de “estabilidade” para o atual trimestre ante os três primeiros meses do ano e seu CEO disse que a Usiminas deve cortar investimento se governo não reforçar defesa comercial. A sessão também foi marcada por dados de março sobre vendas de aço. Na véspera, as ações fecharam em alta de 6,3%.

– MAGAZINE LUIZA ON disparou 10,8%, endossada pelo alívio das taxas dos contratos de DI em meio à queda do dólar ante o real, o que apoiou o setor como um todo, com PETZ ON, GPA ON e LOJAS RENNER ON também entre os destaques positivos, encerrando com altas de 9,65%, 6,91% e 5,73%, respectivamente. O índice de consumo da B3 fechou com acréscimo de 2,47%.

– AZUL PN desabou 24,84%, após a companhia divulgar resultado da sua oferta de ações, com emissão de 464.089.849 papéis, perfazendo um total de R$ 1,66 bilhão, bem abaixo dos R$ 4,1 bilhões estimados na ocasião do anúncio, com a soma da oferta inicial (450.572.669 ações preferenciais) e um lote adicional de até 155% para eventual excesso de demanda. Após a operação, o novo capital social da Azul, aprovado e homologado pelo conselho de administração, passou para R$ 7,1 bilhões. O noticiário envolvendo a companhia ainda incluiu decisão do Cade de analisar o acordo de compartilhamento de voos iniciado em meados do ano passado entre a companhia e a Gol. GOL PN, que não está no Ibovespa, cedeu 2,8%.

– RD SAÚDE ON caiu 1,33%, tendo como pano de fundo relatório do Morgan Stanley cortando a recomendação das ações para equal-weight, bem como o preço-alvo, de R$ 30 para R$ 20.

– PETROBRAS PN fechou com variação negativa de 0,46%, conforme os preços do petróleo no exterior se afastaram das máximas, mas encerrando o dia também distante das mínimas. O barril de Brent terminou com acréscimo de 0,65%, a US$ 66,55 (R$ 378,65). O noticiário da estatal também incluiu autorização do conselho de administração para acordo com a subsidiária da Unigel, a Proquigel, para a retomada de operações em fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe. A Unigel disse que está verificando as condições do acordo proposto pela Petrobras.

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