Pré-mercado: Selic Pode Subir Só 0,25 Ponto Percentual, Avalia JP Morgan

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Cenários

Começa nesta terça-feira a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de número 270. Há um grande consenso entre os profissionais de mercado de que o resultado será uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa de juros referencial Selic, que poderá subir para 14,75% ao ano. No entanto, um relatório do banco JP Morgan no Brasil indica que há uma possibilidade não desprezível de que a alta seja menor, de 0,25 ponto percentual.

O texto, assinado por Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira e Mirella Mirandola Sampaio, informa que apesar de a Ata da última reunião ter sido “amplamente percebida como indicando uma alta de 50 pontos-base nesta quarta-feira [7] (…) avaliamos que os vários discursos do Copom entre as reuniões sugerem a possibilidade de um aumento de 25 pontos-base como uma estratégia potencial para as autoridades monetárias à medida que nos aproximamos do fim do ciclo [de alta dos juros]”.

Os autores não esperam que o Banco Central (BC) “se comprometa explicitamente com novos aumentos, deixando a porta aberta para interromper o ciclo de alta após esta reunião”. Para o banco, a Selic está se aproximando de seu máximo, e “prevemos que o Banco Central começará a flexibilizar o grau de restrição até o final deste ano”.

Perspectivas

Para os autores do relatório, a situação não é clara. Por um lado, a inflação segue rodando bastante acima da meta, especialmente nos serviços, e “as projeções de inflação do Banco Central provavelmente permanecerão em torno de 60-70 pontos-base acima da meta para o horizonte de política monetária”. Isso justificaria não apenas uma alta de 50 pontos-base na reunião que começa hoje, como também abre espaço para que o Copom siga elevando a Selic para além dos 14,75% indicados pelo relatório Focus mais recente como taxa terminal em dezembro.

“No entanto (…) os discursos dos membros do Copom no mês passado trouxeram uma leitura mais sutil da perspectiva. Pelo menos dois membros, incluindo [o presidente do BC, Gabriel] Galípolo, adicionaram as palavras ‘flexibilidade’ e ‘gradualismo’ para descrever como a política monetária deve reagir à incerteza crescente (particularmente global)”, informa o relatório. “Todos reforçaram que a taxa básica de juros está claramente em território restritivo, enfatizando sinais de desaceleração no crescimento do crédito.”

A conclusão, segundo o JP Morgan, é que “essa mudança de comunicação [pode ser interpretada] como um aumento da possibilidade de o BC optar por um ritmo de elevação mais gradual, de 25 pontos-base”.

Indicadores

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