Guerra de tarifas pode aumentar em até 70% o preço de produtos tecnológicos

Anunciadas em abril deste ano pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as novas tarifas de importação do país podem representam um golpe duro no mercado de tecnologia global. Segundo a Trade Partnership Worldwide (TPW) e a Consumer Technology Association (CTA), elas podem elevar em até 70% o preço de dispositivos eletrônicos.

Um relatório elaborado pela TPW afirma que os principais afetados vão ser os console de mesa, que são predominante fabricados na China. Com as taxas de mais de 100% divulgadas por Trump, eles podem ter seus valores totais elevados em 69,4%, ficando, em média, US$ 428 mais caros para os consumidores.

Já os tablets e laptops devem ter preços aumentando em 34%, monitores 31,8%, smartphones 30,8% e acessórios para computadores em 24,8%. Embora Trump tenha paralisado a aplicação das tarifas por um prazo de 90 dias, ele afirmou que a taxa-base de 10% ainda vai permanecer. Além disso, elementos como o aço e o alumínio que entram no país devem continuar sendo taxados em 25%.

Tarifas deixam evidente a complexidade da indústria

As estimativas da TPW levam em consideração o que pode acontecer com o mercado de tecnologia caso, após o prazo de 90 dias, as tarifas permaneçam as mesmas anunciadas originalmente por Trump. Os principais afetados vão ser bens que dependem da China, que vão ser taxados em até 145% de seu valor original.

A análise também considerou itens como televisores, fones de ouvido, caixas de som, baterias de íon-lítio e desktops vendidos de forma fechada. No entanto, peças individuais para computadores, como placas de vídeo, memórias e CPUs, não foram consideradas. Apesar disso, o resultado deve ser o mesmo em geral: preços mais caros para consumidores, perda do poder de compra e aumentos de custos para o comércio.

Enquanto Trump afirma que está usando as tarifas para estimular a produção de produtos nos Estados Unidos, ele não parece considerar que esse é um processo caro e complexo. Mesmo que uma empresa como a Nintendo, por exemplo, decida produzir o Switch 2, ela vai ter que investir bilhões em fábricas que só vão ficar prontas em alguns anos.

E, mesmo que isso aconteça, o país ainda vai sofrer com problemas de cadeias de produção — que são complexas e demoraram décadas para se estabelecer tendo países como a China e Taiwan em posições centrais. Assim, peças do console ainda teriam que ser importadas do exterior e, graças às tarifas, ele continuaria sendo mais caro mesmo que fosse tecnicamente produzido pelos EUA.

Fonte: Tom’s Hardware

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