Cinco Mitos sobre Dinheiro Que te Impedem de Enriquecer

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Enriquecer é um desejo comum à maioria das pessoas, mas há alguns mitos relacionados ao mundo dos investimentos que, muitas vezes, podem transformar um belo projeto em algo frustrante. Só que não precisa ser assim.

Você ouve muitas coisas ao longo da sua jornada como investidor. Se não pesquisar em profundidade, essas declarações se tornam crenças equivocadas que prejudicam sua saúde financeira. Algumas são mentiras que você ouve e passa a acreditar. Outras são autoenganos que inconscientemente usamos para justificar nossa procrastinação.

1.“É cedo para pensar em investir. Sou jovem e tenho tempo”

Esse é um autoengano clássico. Nunca é cedo para começar a investir. Quanto mais cedo você começar, mais simples será a sua jornada rumo à independência financeira.

A combinação dos juros compostos com o fator tempo trabalhando a seu favor possibilita que, com aportes bem menores e menos sacrifícios, você consiga acumular montantes significativos, alcançando assim a sua independência financeira ainda jovem, e com toda vitalidade para usufruir desse dinheiro.

2. “Agora é tarde, já estou velho e nem adianta querer começar”

Mais um mito perigoso e emocionalmente desmotivador. É claro que o ideal é começar o mais cedo possível, porém, se você não quis ou não pôde fazer desta forma, isso não inviabiliza que comece já.

De acordo com os dados do último censo demográfico do  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a expectativa de vida no Brasil está em 76,4 anos, e deve chegar a 83,9 anos até 2070, quando estima-se que pelo menos 37,8% da população brasileira será formada por idosos com 60 anos ou mais.

Essa ampliação na expectativa de vida é algo maravilhoso. Contudo, temos o outro lado, que é o déficit da Previdência Social. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2024 estima que a proporção de 1,97 contribuinte para cada beneficiário do INSS, observada em 2022, diminuirá para 0,86 em 2060.

Dessa forma, em um cenário onde há mais beneficiários do que contribuintes, fica claro que ficar à mercê exclusivamente do INSS, é matematicamente inviável.

Confiar que apenas os benefícios do governo serão suficientes para você se manter, é uma forma bem perigosa de se iludir. Então, mesmo que você já tenha passado dos 50, acredite: dá tempo de se planejar financeiramente e garantir uma reserva financeira para complementar sua renda.

3.“Investir exige saber muita economia e ser bom em matemática”

Esse é o tipo de crença que se perpetua no imaginário coletivo e as pessoas passam a repetir umas para as outras sem refletir o quanto isso pode ser equivocado.

Você não precisa se tornar especialista em finanças, precisa apenas dedicar algum tempo para entender o básico sobre investimentos para saber diferenciar os produtos disponíveis no mercado.

Quanto à matemática, não se preocupe com isso. Na internet há centenas de simuladores gratuitos e planilhas para download com fórmulas prontas, inclusive eu sempre disponibilizo planilhas prontas em meus perfis. Use sem moderação e você vai descobrir que é bem mais simples do que te fizeram acreditar.

4. “Não tenho dinheiro suficiente”

Se você possui uma renda regular, mesmo que baixa, é possível começar, afinal, mais importante do que o montante, é criar a disciplina.

Mesmo que você só possa guardar, por exemplo, R$ 10 por mês, comece. Hoje existem fundos de investimento que aceitam aplicações a partir de R$ 1. Na renda variável, há ações e fundos imobiliários que custam menos de R$ 10. Então comece já com o dinheiro que puder, mesmo que seja pouco.

Aos 17 anos, quando eu comecei a investir os trocados que conseguia lavando carros, eu sabia que não eram aqueles valores que me deixariam rico, mas sim a disciplina de não desistir.

A consistência supera o valor inicial. Com o tempo, você ajusta seus aportes, e os juros compostos farão o trabalho pesado.

5. “Preciso quitar todas as dívidas antes de investir”

Quitar dívidas é muito importante para iniciar uma vida financeiramente saudável. Encorajo que você analise detalhadamente cada uma das suas dívidas e crie um plano para ir saldando uma a uma, começando por se livrar daquelas com juros mais altos.

Porém você não deve se concentrar em apenas pagar dívidas. Estabeleça percentuais de sua renda para cada assunto: despesas cotidianas, pagamento de dívidas e investimentos. Dessa forma, ao mesmo tempo que você vai reduzindo seu passivo (as dívidas), também vai colocando uma pequena parte do dinheiro para trabalhar a seu favor, criando uma reserva que evitará novos endividamentos.

Concentre-se no que você controla

Na minha trajetória como investidor, enfrentei desafios o suficiente para não cair na armadilha do papo coach de que “depende somente de você” ou “todos têm as mesmas 24 horas”, pois sabemos que não é bem assim.

A vida não é justa para todos. O ponto de partida varia e o acesso às oportunidades também. No entanto, há uma coisa que entendi muito cedo: você não tem controle sobre todas as variáveis, mas se quiser mudar de vida, precisa ter foco máximo naquelas que você domina.

Entendo que você não escolheu boa parte das circunstâncias sob as quais está vivendo, mas escolhe todos os dias a forma como vai lidar com cada uma delas. Esse é o meu ponto. Você pode escolher se acomodar ou reagir.

A reação demandará maior ou menor esforço, a considerar seu ponto de partida, mas uma coisa é fato: se você não começar, nada acontece. Lembre-se que é o seu futuro, portanto, você é o responsável. Escolha acreditar e trabalhar naquilo que te deixa mais perto de seus objetivos.

 

Eduardo Mira é investidor profissional, analista CNPI-T (Apimec), mestrando em Economia, com MBAs em Gestão de Investimentos, Análise de Investimentos e Educação Financeira, empresário, sócio do Clube FII e do Grana Capital, escritor e educador financeiro com cursos que já formaram mais de 50 mil alunos. Está nas redes sociais como @professormira.

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