Cientistas descobrem bactéria adaptada ao espaço em Tiangong, estação da China

Análises de amostras coletadas na estação espacial Tiangong, da China, revelaram uma cepa microbiana que, até então, era desconhecida. Chamada Niallia tiangongensis, a cepa foi identificada em meio às amostras de superfície coletadas pelos taikonautas da missão Shenzhou-15. A descoberta foi descrita em um estudo de pesquisadores do Grupo Shenzhou de Biotecnologia Espacial e do Instituto de Engenharia de Sistemas de Espaçonaves de Pequim. 

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O microrganismo pertence ao gênero Niallia, da família Cytobacillaceae, e é uma bactéria aeróbica em formato de bastonete formadora de esporos. Segundo o estudo publicado na revista Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, a espécie é mais parecida com aquelas encontradas no solo e em resíduos na Terra. 

A bactéria identificada tem características que mostram que está bem adaptada ao ambiente espacial (CDC/Unsplash)

Em nosso planeta, as bactérias mais semelhantes a esta costumam causar infecções e sepse em indivíduos imunossuprimidos. “Entender as características dos micróbios durante missões espaciais de longa duração é essencial para proteger a saúde dos astronautas e manter a funcionalidade da espaçonave”, acrescentaram os autores.


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A nova cepa foi confirmada através de observações morfológicas, sequenciamento do genoma e outras análises. O que a torna diferente das demais encontradas na Terra são suas aparentes adaptações ao espaço: Niallia tiangongensis demonstrou grande resposta ao estresse oxidativo e capacidade única de formação de biofilme que repara danos causados pela radiação.

De acordo com o artigo, estas adaptações são o resultado de diferenças funcionais e estruturais em dois tipos de proteínas, e demonstram o desenvolvimento de mecanismos para auxiliar na sobrevivência nas condições espaciais extremas.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que uma nova espécie é descoberta no espaço. De fato, a Tiangong e outras estações espaciais têm ambientes relativamente limpos e recebem mais radiação que a Terra; por outro lado, os astronautas que chegam lá e deixam o local levam trilhões de microrganismos “de carona”.

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