EUA preparam novas restrições à China para frear desenvolvimento de chips

A administração Biden nos EUA prepara um amplo conjunto de medidas para restringir ainda mais a capacidade da China de desenvolver tecnologias avançadas de inteligência artificial. O anúncio, previsto para a próxima segunda-feira, deve incluir sanções a aproximadamente 200 empresas chinesas e novas restrições ao acesso a componentes cruciais para o desenvolvimento de chips.

Entre as medidas mais significativas está o controle sobre a venda de memória de alta largura de banda (HBM), um componente essencial para GPUs de alto desempenho e chips customizados para IA. As restrições devem focar especialmente no HBM3, a versão mais avançada da tecnologia, além de impor limitações ao acesso à geração anterior, conhecida como HBM2.

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Impactos de restrição dos EUA a China

O Departamento de Comércio dos EUA vem discutindo essas medidas com aliados e representantes da indústria de semicondutores há meses. As empresas afetadas serão incluídas em uma lista de entidades mantida pelo Bureau of Industry and Security, exigindo licenças especiais para receber produtos ou software americanos.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, manifestou forte oposição às medidas, acusando os Estados Unidos de “distorcer o conceito de segurança nacional” e fazer “tentativas maliciosas de bloquear e suprimir a China”.

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O caso Huawei e o avanço tecnológico chinês

As novas restrições surgem após a descoberta de que a Huawei, gigante chinesa da tecnologia, conseguiu desenvolver chips competitivos para treinamento de modelos de IA, mesmo sob sanções anteriores. A empresa já está distribuindo amostras de seu novo chip Ascend para clientes, incluindo a ByteDance, proprietária do TikTok.

O histórico de controles de exportação direcionados ao setor de IA da China começou durante a administração Trump em 2019 e foi intensificado sob Biden em 2022, com restrições específicas a GPUs avançadas. No entanto, especialistas questionam se essas medidas não estão, na verdade, acelerando o desenvolvimento da indústria chinesa de chips.

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Perspectivas e análise de eficácia

Um relatório recente do Center for Strategic and International Studies indica que o governo chinês já havia aumentado significativamente seus investimentos em produção doméstica de chips antes mesmo das restrições americanas. O documento também destaca que a China tem feito avanços mais expressivos em setores não sujeitos a controles de exportação.

A eficácia dessas medidas permanece em debate, especialmente após o lançamento do smartphone Mate 60 da Huawei, que apresenta um chip avançado produzido pela fabricante chinesa SMIC, demonstrando progressos significativos nas técnicas de manufatura do país.

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