Antigo templo à la Indiana Jones é encontrado submerso na Itália

Na costa italiana, em Nápoles, há um templo submerso de uma antiga religião árabe, construído há aproximadamente 2 mil anos. O santuário “perdido” foi erguido por membros do Reino Nabateu, também chamado de Nabateia, que geram até hoje fascínio por suas riquezas durante a antiguidade. Inclusive, aparecem no filme Indiana Jones e a Última Cruzada.

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Este é “o único [templo] atualmente conhecido fora de Nabateia [reino situado entre as penínsulas Arábica e do Sinai]”, afirmam os pesquisadores responsáveis pela descoberta, incluindo membros da Scuola Superiore Meridionale (Itália), em artigo. O estudo foi publicado na revista Antiquity.

“A existência de um santuário nabateu na área portuária [romana] confirma que havia uma comunidade daquela região participando das atividades comerciais”, acrescentam os autores. Os nabateus eram conhecidos comerciantes de ouro, marfim, incenso e perfumes.


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O curioso é que o templo do Reino Nabateu, erguido com arquitetura romana e decorado com inscrições em latim, foi “encerrado” antes do declínio geral da região, como sugerem as evidências recém-analisadas. O local foi permanente “fechado” com uma mistura de concreto.

Antigo templo Nabateu na Itália

O antigo templo à la Indiana Jones está localizado em uma vasta área portuária romana, que se estende por uma faixa de 2 km, completamente submersa na costa da atual cidade de Pozzuoli. O local era conhecido como Puteoli na antiguidade — o auge da região se deu durante a era Augusta (de 31 a.C. a 14 d.C.), quando o porto local funcionava até o limite com o transporte de grãos.

A identificação da construção começou em 2023, quando equipes locais mapeavam o fundo do mar. Durante a varredura, os restos de duas salas submersas, com paredes de estilo romano, chamaram a atenção. Cada parede media cerca de 10 m por 5 m. 

Templo perdido do reino áraba Nabateu, com mais de 2 mil anos, é encontrado submerso na costa da Itália (Imagem: Stefanile et al., 2024/Antiquity)

Altares construídos em mármore também foram avistados, além de inscrições em latim, como “Dusari sacrum”. Na tradução para o português, seria algo como “consagrado a Dushara”, que é o principal deus daquela religião politeísta.

“O templo era um local de culto, um refúgio para estrangeiros e, especialmente, um local de troca, negócios e comércio [sob a proteção das divindades cultuadas por aquele povo]”, sugerem os autores.

Novas expedições são previstas para ampliar a compreensão sobre o templo “esquecido” e as possíveis motivações históricas para o seu fim. Isso também ajudará a dimensionar melhor a extensão do prédio que aparenta ser retangular. 

“A retração do comércio dos nabateus e o fim de seu pequeno monopólio são, talvez, as explicações mais simples para o fim do templo”, refletem os pesquisadores. Isso teria ocorrido no início do século II d.C., como suspeitam os autores sobre a estrutura perdida na Itália.

Saiba mais:

Os achados arqueológicos envolvendo civilizações e reinados antigos costumam despertar bastante curiosidade. A seguir, veja a a “entrada para o submundo” da cultura zapoteca:

 

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