Sindicato dos Rodoviários cobra mais segurança após novo ataque a motorista no Transcol na Grande Vitória (ES)

TRANSCOL GRANDE VITORIA ESPIRITO SANTO

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado (Sindirodoviários-ES) se reuniu na última segunda-feira (12) com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp-ES), para cobrar providências diante da crescente onda de violência contra profissionais do sistema Transcol.

O encontro foi solicitado em caráter de urgência após um motorista da linha 583 ser brutalmente atacado durante um assalto em Carapina, na Serra. A vítima, Alex Fiene, foi golpeada com um facão na cabeça, braço e peito, após se recusar a parar o ônibus em movimento. Ele foi hospitalizado, passou por suturas e se recupera fisicamente, mas enfrenta consequências psicológicas do trauma.

Durante a reunião, que contou com os subsecretários Márcio Celante e Guilherme Pacífico, além do major Leandro Botelho, o presidente do sindicato, Marquinhos Jiló, e membros da diretoria denunciaram uma série de ataques registrados nos últimos meses: ônibus incendiados, motoristas apedrejados, assaltos e tentativas de homicídio.

Como resposta, a Sesp anunciou a criação de um Comitê Permanente de Segurança, que será oficializado nos próximos dias no Diário Oficial do Estado. O grupo será composto por representantes da Sesp, Polícia Militar, Polícia Civil, Sindirodoviários e guardas municipais da Grande Vitória, com o objetivo de adotar medidas integradas, com uso de tecnologia, inteligência e reforço do efetivo em áreas mais críticas.

Segundo o sindicato, está prevista também a criação de um canal para denúncias por parte dos usuários, fortalecendo a rede de informações e ações preventivas.

“Assaltos a caminho do trabalho, próximos às garagens, também têm sido frequentes. Solicitamos reforço policial com base em um mapeamento de risco que será elaborado”, informou Marquinhos.

Além da segurança, o sindicato denunciou a precarização das condições de trabalho dos rodoviários. Segundo Marquinhos, jornadas excessivas, que podem chegar a 14 horas diárias, afetam a saúde dos trabalhadores e colocam em risco a segurança dos passageiros. Ele defende a redução da jornada e o fim da escala 6×1, previstas no Projeto de Lei 635/2024, de autoria da deputada estadual Camila Valadão (Psol), que propõe ao menos dois dias de descanso semanal para os rodoviários.

“A luta por segurança não é só da categoria. É dos usuários também. Um trabalhador exausto é um risco para todos”, afirmou. O sindicato também estuda implantar um centro de atendimento psicológico em sua sede para oferecer suporte emocional aos trabalhadores vítimas de violência.

Outro ponto levantado foi a retirada de cerca de 40% dos cobradores desde a pandemia, o que aumentou a sobrecarga e a insegurança nas viagens. “Muitos motoristas atuam sozinhos em ônibus articulados, sem ter visão da última porta. O cobrador era um apoio essencial”, destacou Marquinhos.

A entidade também voltou a defender a criação de faixas exclusivas para ônibus, como forma de dar mais fluidez e segurança ao sistema.

Imagem: Luís Guilherme Campos Correa

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