Cientistas revivem cérebro de porco por quase uma hora após a morte

Cientistas chineses conseguiram um grande feito: reviver um cérebro de porco por quase uma hora após a morte. O objetivo a longo prazo é ajudar a descobrir como restaurar a função cerebral após um paciente sofrer uma parada cardíaca.

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A parada cardíaca compromete o fluxo sanguíneo, e quando a queda na circulação (chamada de isquemia) ocorre no cérebro, pode causar danos sérios e irreparáveis ​​em minutos.

Os estudos da Universidade Sun Yat-Sen começaram com a tentativa de entender o papel do fígado na recuperação do cérebro após essa isquemia devido a parada cardíaca.


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Para o experimento, a equipe contou com 17 porcos, divididos em três grupos: o primeiro foi submetido à isquemia cerebral por 30 minutos. O segundo, além da isquemia cerebral, também foi submetido à isquemia hepática. Enquanto isso, o terceiro grupo não sofreu nenhuma isquemia.

Os cientistas perceberam que o grupo que não foi submetido à isquemia hepática apresentou significativamente menos dano cerebral.

Em seguida, o grupo incorporou um fígado ao sistema de suporte de vida usado para reanimar o cérebro depois que o tempo passou.

Recuperação do cérebro

Conforme mostra o estudo, os cérebros conectados ao sistema com o fígado saudável tiveram uma recuperação mais notável que os cérebros que não contavam com o fígado no circuito.

A atividade cerebral desses cérebros durou por até seis horas, enquanto os outros conectados a um sistema de suporte de vida tradicional tiveram atividade por apenas três a quatro horas.

Cientistas revivem cérebro de porco por quase uma hora após a morte (Imagem: Pixabay/Pexels)

“Demonstramos que a adição de um fígado funcional reduziu significativamente a lesão cerebral após a parada cardíaca, aumentou a viabilidade neuronal e melhorou a atividade eletrocortical. Nosso estudo destaca o papel crucial do fígado na patogênese da lesão cerebral”, diz o material, publicado na EMBO Molecular Medicine.

Anteriormente, cientistas do UT Southwestern Medical Center (EUA) conseguiram manter um cérebro de porco vivo por cinco horas fora do corpo, alcançando mais um passo rumo ao objetivo de estudar o cérebro sem a influência de outras funções corporais. 

Órgãos de porco

Os órgãos de porco têm uma relação especial com a ciência e a medicina, porque têm muita semelhança estrutural e funcional com órgãos humanos. Essa similaridade têm permitido avanços significativos nas pesquisas de transplantes. Para se ter uma noção, os transplantes com órgãos de porco devem começar no Brasil em 2025.

 

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