Empresa brasileira de criptomoedas relata prejuízo de R$ 500 mil com fraudes de estorno

KriptoBR, revendedora de carteiras de hardware de criptomoedas no Brasil. Fonte: Reprodução.

A KriptoBR, revendedora oficial de carteiras de criptomoedas da Trezor, Ledger e outras marcas, revelou nesta sexta-feira (14) que já teve mais de R$ 500 mil em prejuízo com fraudes de estorno.

As tentativas de golpe seriam feitas tanto via cartão de crédito quanto via Pix. No entanto, a empresa nota que consegue vencer todas as disputas do Pix, ao contrário do que acontece com os cartões.

“É uma burocracia, porque a gente tem que fazer um dossiê, é 20, 30, 40 páginas para comprovar que a gente enviou e entregou o produto”, disse Jefferson Rondolfo, fundaor da KriptoBR ao Livecoins. “Então assim, é uma burocracia gigantesca que a gente perde no mínimo 1 hora para cada MED [Mecanismo Especial de Devolução] do Pix, pra cada chargeback que a gente recebe.”

“MED do Pix, a gente ganhou 100%. Agora, chargeback de cartão de crédito, raramente a gente ganha.”

Desabafo aconteceu após vendedores P2P de criptomoedas reclamarem de fraudes

O desabafo da KriptoBR se iniciou no X, antigo Twitter, após um negociador de criptomoedas se mostrar incomodado com a quantidade de golpes recebidas e sugerir a criação de uma base de dados de supostos golpistas.

“O que acham de eu jogar nome completo + cpf de pessoas que estão pedindo MED (Mecanismo Especial de Devolução), um estorno no pix em compras de P2P? Inclusive também possuo o Telegram dos meliantes”, escreveu Morata, que compra e vende criptomoedas diretamente de investidores.

“Nós temos mais de 2 mil CPF’s e milhares de CEP’s de fraudadores da KriptoBR. E a grande maioria sequer são laranjas, são pessoas reais que compraram, receberam na sua casa, assinaram o recebimento e deram chargeback. E a operadora de cartão de crédito! Nada faz”, respondeu a KriptoBR.

“Não há solução para o Brasil, desista. Já são mais de meio milhão de reais de prejuízo.”

Vendedores P2P de criptomoedas e KriptoBR, empresa que vende carteiras de hardware, reclamam de golpes envolvendo pedidos de estorno. Fonte: X.
Vendedores P2P de criptomoedas e KriptoBR, empresa que vende carteiras de hardware, reclamam de golpes envolvendo pedidos de estorno. Fonte: X.

Em conversa com o Livecoins, Jefferson Rondolfo, fundador da KriptoBR, revelou que sua empresa já teve mais de R$ 500.000 em prejuízo com chargebacks ao longo de seus 8 anos no mercado.

“A grande maioria, por incrível que pareça, é o mesmo comprador. O cara utiliza o cartão dele, o endereço dele, os dados dele, o CPF dele, recebe a encomenda, assina o recebimento, e vai no banco e fala que não reconhece a compra”, disse o empreendedor.

“A gente tem toda confirmação, nota fiscal, assinatura dele, e mesmo assim o cartão de crédito dá o ganho para ele. Ou seja, a gente perde o produto, a gente perde o dinheiro e a gente ainda tem que pagar todos os impostos.”

Nas redes sociais, algumas pessoas notaram que o Bitcoin e outras criptomoedas resolveria esse problema. No entanto, a empresa aponta que eles já oferecem essa opção de pagamento desde seu primeiro dia de operação, mas que essa é uma escolha do cliente.

KriptoBR diz estar entrando com ação contra golpistas

Seguindo, Jefferson Rondolfo nota que os clientes da KriptoBR não pagam nenhuma taxa extra ao comprarem carteiras de criptomoedas e outros produtos em seu site. No entanto, nota que Pix, boleto bancário e cartão de crédito possuem taxas altas.

Um dos motivos é que se trata de um e-commerce. Ou seja, ao contrário de estabelecimentos físicos, onde não existe estorno, as operadoras de cartões cobram taxas abusivas.

“O Brasil, caso você não saiba, é o país com o maior número de chargebacks, fraudes, do mundo”, comentou Rondolfo, explicando às taxas de 10% em seu site nas compras com cartão.

Em relação aos golpes, o empreendedor novamente se mostrou desanimado com o Brasil. Além de já ter explorado diversas soluções, a empresa tem um funcionário dedicado ao combate de fraudes.

No entanto, mesmo com tanta prevenção, os golpes continuam.

“A gente tem entrado com ação cível e criminal, inclusive fazendo boletim de ocorrência pra abrir um inquérito policial em cima dessas pessoas que se acham as espertinhas, porque elas usam os próprios dados.”

“A gente gasta um absurdo para entrar com processo, às vezes é um pedido de R$ 1.000 e a gente vai gastar 5 a 10 mil reais para processar a pessoa”, continuou Rondolfo. “Mas pelo menos ela vai ficar com um crime nas costas e ela pode ser até ser presa. Porque eu me cansei realmente desses absurdos, o Brasil não faz nada, ninguém faz nada, então agora a gente tá numa atuada forte de processar todo mundo.”

KriptoBR compartilhou algumas dessas disputas com seus clientes ao Livecoins.
KriptoBR compartilhou algumas dessas disputas com seus clientes ao Livecoins.

Fonte: Empresa brasileira de criptomoedas relata prejuízo de R$ 500 mil com fraudes de estorno

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