Ibovespa dispara quase 3% e fecha no maior nível do ano com ‘empurrão’ de Vale (VALE3); dólar cai a R$ 5,74

O Ibovespa (IBOV) ‘pisou o pé no acelerador’ e avançou mais de 3 mil pontos apenas no pregão desta sexta-feira (14). A disparada foi impulsionada por uma combinação de fatores que elevaram o apetite ao risco local: queda inesperada da dívida pública em janeiro, expectativa de novos estímulos na China e reação aos balanços corporativos. A recuperação das bolsas de Nova York também ‘ajudaram’ o índice a subir.

Hoje (14). o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 2,64%, aos 128.957,09 pontos — no maior nível do ano. Na semana, o Ibovespa subiu 3,14%

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7433, com queda de 0,98%. A divisa caiu 0,81% ante o real na semana. 

No cenário doméstico, os investidores locais repercutiram a queda inesperada da dívida pública brasileira em janeiro. De acordo com dados do Banco Central, o setor público consolidado teve superávit primário recorde e a valorização do real reduziu a despesa com juros.

O país registrou um superávit primário de R$ 104,096 bilhões em janeiro no setor público consolidado, acima da expectativa de economistas consultados em pesquisa da Reuters de um saldo positivo de R$ 102,135 bilhões. Esse foi o melhor resultado já registrado na série histórica do BC para todos os meses.

O exterior também contribuiu para a forte alta do Ibovespa, com expectativa de novos estímulos na China a serem anunciados na próxima semana.

Altas e quedas no Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, os pesos-pesados definiram o ritmo do pregão com apoio da forte valorização das commodities. As ações da Petrobras (PETR4;PETR3) e da  Vale (VALE3) avançaram mais de 3% ancoradas no desempenho do petróleo Brent e do minério de ferro — que subiram de olho em China —, respectivamente.

Na ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira, Magazine Luiza (MGLU3) disparou mais de 13% em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24). A varejista reportou lucro líquido ajustado de R$ 139 milhões no período de outubro a dezembro. O número representa um avanço de 37% na comparação anual.

Na avaliação do Goldman Sachs, o Magazine Luiza apresentou mais um conjunto de melhorias nos resultados deste trimestre, ainda que ligeiramente abaixo das expectativas devido ao crescimento da receita líquida abaixo do esperado.

As ações da CSN Mineração (CMIN3) e da CSN (CSNA3) também figuraram entre as maiores altas pelo segundo dia consecutiva, ainda em reação aos resultados trimestrais considerados positivos pelo mercado.

Já a ponta negativa foi dominada por Natura&Co (NTCO3). As ações da companhia caíram 30% também de olho nos resultados do 4T24. O BTG Pactual, por exemplo, classificou os números como “poluídos” e abaixo das expectativas.

Azzas 2154 (AZZA3) também foi destaque na ponta negativa com o possível ‘divórcio’ dos gestores da empresa após menos de oito meses da fusão entre Arezzo&Co e Soma. 

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Na semana, Magazine Luiza (MGLU3) foi a ação com melhor desempenho no Ibovespa, com salto de 22%. Já Natura&Co (NTCO3), pressionada pelo balanço, foi o papel que registrou a maior queda no índice.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York reduziram as perdas da semana com a recuperação das ações do setor de tecnologia.

O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, disse que votaria a favor do avanço de uma medida republicana para financiar o governo até setembro, acabando com a ameaça de paralisação (shutdown).

Além disso, a decisão sobre os juros do Federal Reserve (Fed) entrou no radar. O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) se reúne na próxima semana e a expectativa é de que o Banco Central norte-americano mantenha as taxas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano.

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • Dow Jones: +1,66%, aos 41.488,19 pontos;
  • S&P 500: +2,13%, aos 5.638,94 pontos;
  • Nasdaq: +2,61%, aos 17.754,09 pontos.

O saldo semanal, porém, foi negativo. O Dow Jones teve a segunda semana consecutiva de perdas e a maior queda desde março de 2023. S&P 500 e Nasdaq estenderam o tom negativo pela quarta semana seguida.

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