Millennials, Baby Boomers ou Geração Z: Quem Administra Melhor Seu Dinheiro?

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Os millennials, nascidos entre 1981 e 1996, cresceram ouvindo que nunca alcançariam a estabilidade financeira de seus pais. Muito gasto com caprichos, muitas assinaturas, uma tendência de gastar em experiências em vez de bens materiais. Já os baby boomers (1946 – 1964) pareciam ter feito tudo certo. Trabalho estável, hipoteca paga, investimentos seguros. No entanto, a realidade tomou um rumo inesperado. Os millennials não só conseguiram acumular riqueza a um ritmo mais rápido que as gerações anteriores, como também encontraram maneiras mais eficientes de investir seu dinheiro. O que baby boomers e Geração Z (1997 – 2012) podem aprender com eles?

Os millennials venceram o jogo dos investimentos

Os millennials se mostraram a geração com maior crescimento no patrimônio líquido desde a pandemia. De acordo com dados do Federal Reserve, sua riqueza total nos Estados Unidos cresceu de US$ 3,9 trilhões (R$ 22,41 trilhões) em 2019 para quase US$ 16 trilhões (R$ 91,52 trilhões) em 2024. Isso significa que seu patrimônio líquido quadruplicou em apenas cinco anos, um ritmo que nem os baby boomers e nem a Geração X (1965-1980) conseguiram igualar.

Em plataformas como o Wealthfront, esses jovens aumentaram seus ativos em 137% nos últimos cinco anos, enquanto a Geração X o fez em 76% e os baby boomers apenas 40%. Apesar das crises econômicas que viveram durante a vida adulta, desde a Grande Recessão de 2008 até a crise do covid 19, os millennials foram os que mais conseguiram fazer seu dinheiro crescer.

Além disso, o número de milionários nascidos entre 1981 e 1996 também disparou. O Wealthfront registrou um aumento de 144% no número de clientes millennials com patrimônio superior a US$ 1 milhão (R$ 5,72 milhões), enquanto na Geração X o aumento foi de apenas 31%.

Menos tijolo, mais liquidez

Para os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, a riqueza estava ligada à propriedade. Comprar uma casa era o grande objetivo financeiro e o símbolo definitivo do sucesso econômico. Já para os millennials, investir em imóveis deixou de ser tão atraente. O acesso à moradia se tornou proibitivo com os preços disparando e os salários não acompanhando o mesmo ritmo. Em vez de se comprometer com uma hipoteca vitalícia, eles apostaram em estratégias mais flexíveis e souberam aproveitar tecnologias como as fintechs para fazer seu dinheiro crescer de forma mais eficiente.

Segundo dados do Federal Reserve, o valor dos bens imóveis em mãos dos millennials cresceu em US$ 2,5 trilhões (R$ 14,3 trilhões) entre 2020 e 2024. No entanto, a grande diferença em relação às gerações anteriores é que essa aquisição de propriedades não foi sua principal estratégia de acumulação de riqueza. Os millennials encontraram alternativas como ETFs, criptomoedas e fundos indexados, o que lhes permitiu diversificar suas carteiras sem a rigidez de uma grande dívida hipotecária. Um estudo da Vanguard revela que mais de 80% dos millennials preferem esses produtos, comparados a 50% dos baby boomers.

Poupança e investimento digital: o motor da acumulação de riqueza

Para muitos baby boomers investir na bolsa de valores é um jogo perigoso, reservado para os especialistas de Wall Street. Para os millennials, a tecnologia mudou as regras do jogo. Aplicativos de investimentos automáticos, robôs-advisors e plataformas de negociação sem comissões permitiram que qualquer pessoa participasse dos mercados financeiros sem a necessidade de grandes conhecimentos prévios. Em vez de tentar superar o mercado com estratégias especulativas, eles apostaram no investimento passivo, aproveitando fundos indexados e estratégias de baixo custo que se mostraram mais rentáveis a longo prazo.

Outro fator diferenciador foi sua disciplina com a poupança. Enquanto os boomers dependiam de planos de pensões tradicionais e contribuições das empresas para a aposentadoria, os millennials tomaram o controle direto de seu futuro financeiro. Sua taxa de poupança é significativamente mais alta que a das gerações anteriores na mesma faixa etária. Em vez de confiar em uma empresa para garantir sua estabilidade, decidiram construir seu próprio colchão financeiro por meio de contribuições consistentes a contas de investimentos e planos de aposentadoria individuais.

O que a Geração Z pode aprender com os millennials

A Geração Z está entrando no mundo financeiro com uma mentalidade completamente digital. Eles são a primeira geração a crescer com smartphones e redes sociais, o que lhes permitiu acessar informações financeiras desde cedo. No entanto, essa mesma hiperconectividade também os levou a participar de investimentos de alto risco sem uma estratégia clara.

Diferente dos millennials, que priorizaram a diversificação e o investimento passivo, a Geração Z se voltou para ativos especulativos como criptomoedas e ações de memes. Durante o auge do Bitcoin em 2021, 45% dos investidores entre 18 e 24 anos disseram ter criptomoedas, segundo uma pesquisa da Charles Schwab, contra apenas 20% dos millennials e 5% dos baby boomers.

Os millennials podem ensinar à Geração Z a importância da paciência nos investimentos. Enquanto os boomers se apegaram a estratégias tradicionais e a Geração Z busca retornos rápidos com apostas voláteis, os millennials encontraram um equilíbrio. Eles entenderam que o verdadeiro crescimento financeiro vem da constância, do reinvestimento de dividendos e da capitalização a longo prazo.

A Geração Z também pode aprender com eles a importância da poupança. Um relatório do Wealthfront revela que os millennials têm uma taxa de poupança superior à de qualquer outra geração. Apesar de lidarem com altos custos educacionais e um mercado de trabalho volátil, priorizaram a construção de uma base financeira sólida.

Enquanto os baby boomers continuam vendo a propriedade imobiliária como o caminho para o sucesso financeiro e a Geração Z se deixa levar por investimentos de alto risco, aqueles que nasceram entre 1981 e 1996 encontraram um ponto de equilíbrio que combina rentabilidade e estabilidade. Com estratégias bem definidas e uma mentalidade voltada para o longo prazo, provaram que a riqueza não se trata apenas de ganhar mais dinheiro, mas de saber fazê-lo crescer de forma inteligente.

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