China anuncia medidas para impulsionar o consumo no país; veja os detalhes do plano de ação

Como vislumbrado pelo mercado, o Conselho de Estado da China anunciou neste domingo (16) um “plano de ação especial” para impulsionar o consumo interno, com medidas como o aumento da renda das famílias e a criação de um subsídio para cuidados infantis.

A iniciativa busca reverter a queda na demanda do consumidor, afetada nos últimos anos pela pandemia de Covid-19 e pela crise imobiliária, que reduziram os gastos das famílias e alimentaram pressões deflacionárias.

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O documento, enviado a todas as regiões e departamentos do país, tem como objetivo fortalecer o consumo, expandir a demanda interna e aliviar encargos financeiros. O anúncio ocorre uma semana após o primeiro-ministro Li Qiang apresentar ao Congresso Nacional do Povo um relatório destacando a necessidade de impulsionar os gastos domésticos para compensar a fraca demanda externa.

Entre as diretrizes, o plano propõe aumentar a renda urbana e rural, incluindo reformas habitacionais para elevar os ganhos dos agricultores. Também menciona medidas para estabilizar o mercado de ações, sem detalhar prazos ou estratégias.

Na área social, o governo pretende criar um sistema de subsídios para cuidados infantis, incentivar o emprego flexível e ampliar o atendimento pediátrico noturno nos hospitais. Serviços comunitários e corporativos de assistência infantil também serão estimulados.

O plano reforça a garantia de direitos trabalhistas, incentivando férias remuneradas e feriados curtos. Além disso, sugere o aumento dos subsídios para pensões básicas de residentes urbanos e rurais.

No setor de turismo, propõe ampliar a lista de países cujos cidadãos podem entrar na China sem necessidade de visto.

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O que dizem os analistas

Antes mesmo do anúncio, as expectativas para o pacote de medidas na na China já impulsionavam os mercados e deu início a um dos maiores ralis das ações chinesas nos últimos dois meses. Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o movimento reflete a busca dos investidores por sinais concretos de uma resposta do governo à desaceleração econômica, agravada pela crise imobiliária.

Spiess destaca que a China tem sido uma das grandes beneficiárias do redirecionamento de fluxos globais, à medida que investidores buscam diversificação em meio ao aumento das tensões comerciais e instabilidades nos mercados ocidentais. No entanto, ele alerta para um dilema enfrentado por Pequim: “como impulsionar o consumo de forma eficaz sem inflar bolhas ou prejudicar ainda mais a confiança do setor privado?”.

O analista também aponta que há um consenso crescente de que a China pode sair fortalecida da guerra comercial com os Estados Unidos, aproveitando oportunidades estratégicas no vácuo deixado pelos americanos. Esse cenário tem dado um impulso adicional ao mercado acionário chinês.

Apesar do otimismo momentâneo, Spiess questiona a sustentabilidade do rali atual. “Resta saber até que ponto essa tese se sustenta ou se estamos apenas diante de mais um rali baseado em promessas”, afirma.

*Com informações da Reuters

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