Isenção do IR pode impulsionar inflação e juros? Economista responde

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O governo federal tem adotado medidas para estimular o consumo e tentar aumentar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas economistas alertam que essas iniciativas podem gerar efeitos colaterais sobre a inflação e os juros futuros. Em entrevista ao BM&C News, o economista Ecio Costa analisou os impactos da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 e a ampliação do crédito consignado via FGTS.

Estimular o consumo pode impulsionar a inflação

Segundo Costa, a combinação dessas medidas pode elevar a pressão inflacionária ao injetar mais dinheiro na economia sem que haja um aumento proporcional na produção. “Quanto mais estímulos ao consumo sem uma imediata resposta por parte do setor produtivo, isso termina sendo inflacionário“, explicou.

Ele destaca que o cenário se torna ainda mais preocupante considerando que a inflação já se mostra resiliente, operando acima do teto da meta do Banco Central. “O governo está incentivando o consumo sem uma resposta correspondente da produção industrial ou do setor de serviços, o que pode levar a uma inflação ainda mais forte“, alertou Costa.

Crédito consignado via FGTS gera polêmica

O economista também criticou a liberação do crédito consignado vinculado ao FGTS, argumentando que essa política pode trazer mais desvantagens do que benefícios para os trabalhadores. “O fundo é um recurso do trabalhador, mas ele não tem gestão sobre isso. Agora, para ter acesso ao dinheiro, precisa pegar um empréstimo bancário, ainda que com juros menores do que um crédito pessoal, mas que seguem elevados“, avaliou Costa.

Impacto fiscal da isenção do Imposto de Renda

Outro ponto que gera preocupação é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, que deve ser anunciada ainda nesta semana. Costa aponta que há um risco fiscal elevado, já que o mercado ainda não se convenceu de que o governo conseguirá compensar essa perda de arrecadação.

O que foi apresentado antes não garantiu ao mercado que haveria uma compensação de receita. Existe também a questão da tributação sobre dividendos, que já foram tributados anteriormente, o que pode configurar dupla tributação e gerar resistência no Congresso“, explicou o economista.

Juros futuros podem subir

A incerteza sobre o impacto dessas medidas já está sendo sentida no mercado financeiro. De acordo com Costa, os juros futuros começaram a precificar a possibilidade de que a Selic permaneça elevada por mais tempo, devido à preocupação com a inflação e o desequilíbrio fiscal. “As incertezas terminam empurrando os juros futuros para cima, além de reforçar a percepção de que a Selic pode encerrar o ciclo em um patamar mais alto do que o inicialmente esperado“, concluiu.

Com um cenário econômico já desafiador, as políticas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo podem ter um efeito contrário ao desejado, gerando mais inflação e dificultando futuras reduções da taxa de juros pelo Banco Central.

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