Dólar abre em alta com mercado de olho na ampliação da faixa de isenção do IR no Brasil


Nesta segunda, a moeda americana recuou 0,99% e fechou a R$ 5,6863, o menor patamar desde novembro. Já o principal índice da bolsa fechou em alta de 1,46%, aos 130.834 pontos. Nota de dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar abriu em alta nesta terça-feira (18), com investidores de olho na ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda no Brasil e já na expectativa pelas decisões de juros desta quarta (19), por aqui e nos Estados Unidos.
Às 11h30, o presidente Lula vai assinar no Palácio do Planalto o projeto de lei que isenta de pagar o IR pessoas físicas que recebem até R$ 5 mil por mês, a partir de 2026. Atualmente, a faixa de isenção está em R$ 2.824.
O governo estima que a medida terá um impacto fiscal de R$ 25 bilhões em 2026. Diante disso, o mercado vai prestar atenção no que será proposto para compensar esse impacto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já sinalizou a criação de um imposto mínimo para pessoas físicas que ganham mais de R$ 600 mil por ano.
O mercado também aguarda as decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos na quarta-feira, enquanto segue atento aos desdobramentos do “tarifaço” do presidente americano, Donald Trump.
Brasil: investidores esperam que o Banco Central (BC) anuncie mais uma alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, que hoje está em 13,25% ao ano. Assim, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
EUA: também nesta “Superquarta”, dia em que as decisões de juros do Brasil e dos EUA coincidem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Os dados são monitorados de perto porque juros altos por um período longo podem ajudar a reduzir a inflação, mas costumam causar uma desaceleração na atividade econômica.
Por fim, o “tarifaço” de Trump continua a ser analisado, pois o potencial inflacionário e a perspectiva de uma guerra comercial entre grandes economias preocupam.
Nesta segunda-feira (17), a moeda americana fechou em queda, a R$ 5,68, o menor patamar desde novembro. E o dia também foi positivo para o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
Dólar
Às 9h03, o dólar subia 0,36%, cotado a R$ 5,7065. Veja mais cotações.
Na segunda-feira (17), a moeda americana teve baixa de 0,99%, cotada a R$ 5,6863, no menor patamar desde 7 de novembro.
💲Com o resultado, acumulou:
queda de 0,99% na semana;
recuo de 3,89% no mês; e
perda de 7,98% no ano.

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📈Ibovespa
O Ibovespa só começa a operar às 10h.
Na segunda-feira, o índice teve alta de 1,46%, aos 130.834 pontos, fechando no maior patamar desde outubro do ano passado (131.212 pontos).
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 1,46% na semana;
avanço de 6,54% no mês; e
ganho de 8,77% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
A semana começou com expectativa sobre os juros no Brasil e nos EUA, como dito anteriormente. No Brasil, o mercado espera que a taxa Selic suba 1 ponto percentual, chegando a 14,25% ao ano.
🔎Juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a inflação. Mas esse efeito demora alguns meses para ser sentido na economia.
Dados do último Boletim Focus — relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país —, divulgado nesta segunda-feira, indicam que o mercado espera um IPCA acumulado de 5,66% em 2025.
É uma leve desaceleração em relação à projeção anterior de 5,68%, mas ainda está bem acima da meta do BC, que é de 3% ao ano (e margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%).
Investidores também estão de olho no IBC-Br, que é uma prévia do PIB. O indicador cresceu 0,9% em janeiro, o melhor resultado desde junho de 2024, superando a expectativa de 0,2%.
Comparado a janeiro do ano passado, o crescimento foi de 3,6%. Nos 12 meses até janeiro de 2025, o crescimento foi de 3,8%.
Cenário externo: o que esperar de EUA e China
✅ EUA
As atenções estão voltadas para o Federal Reserve (Fed). Espera-se que o banco central dos Estados Unidos mantenha as taxas entre 4,25% e 4,50% ao ano.
O mercado acredita que o Fed deve manter cautela com seus juros para evitar uma inflação descontrolada.
O país tem uma inflação acima da meta de 2%, com os preços estabilizados em 3% ao ano.
Também há preocupações com a política de tarifas de Donald Trump, cujas medidas podem aumentar a pressão sobre os preços e afetar o consumidor.
Produtos mais caros podem reduzir o consumo dos norte-americanos, levando a uma desaceleração ou até uma recessão na maior economia do mundo.
✅China
Pequim lançou no domingo (16) um “plano de ação especial” para estimular o consumo interno e o anúncio foi bem recebido pelo mercado.
📋O que o plano propõe
Aumentar a renda em áreas urbanas e rurais, incluindo reformas habitacionais para melhorar a condição financeira dos agricultores
Estabilizar o mercado de ações, mas os detalhes sobre a implementação ainda não foram divulgados.
Subsídios para cuidados infantis e incentivo ao emprego flexível e a mais serviços como clínicas pediátricas noturnas em hospitais gerais.
Incentivos a serviços de cuidados infantis comunitários e administrados por empregadores.
Direitos trabalhistas, com ampliação de férias anuais remuneradas e a criação de feriados curtos.
Elevação dos subsídios financeiros das pensões básicas para residentes urbanos e rurais.
Expansão do turismo, permitindo que mais estrangeiros visitem a China sem necessidade de visto.
*Com informações da agência de notícias Reuters

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