10 tendências do SXSW 2025 para ficarmos de olho

Olá, Gabriella Bordasch por aqui. Sou jornalista, empreendedora e criadora de conteúdo. Cubro há 4 anos o South By Southwest (SXSW) e outros eventos internacionais de inovação. Esse ano fui com uma missão especial: trazer insights sobre moda, beleza, comportamento e creator economy para os seguidores do Steal The Look. 

Antes de compartilhar com vocês os 10 insights que vão impactar a maneira como nos vestimos, cuidamos da pele e nos conectamos com as marcas, quero contar que vou ministrar uma aula com tudo que vi e vivi no SXSW 2025. Serão duas horas online de muito conteúdo no próximo dia 29 de março. Se você quer estar à frente, garantir que sua empresa ou sua carreira não fiquem para trás, vem comigo! As vagas são limitadas. Clique aqui e garanta seu lugar agora.

Credencial do SXSW 2025 em mão feminina, fundo de concreto com reflexos coloridos.

Foto: Gabriella Bordasch (Reprodução/Instagram)

O SXSW 2025 provou que o futuro da moda, beleza e comportamento já está acontecendo — e mais rápido do que imaginamos. O evento trouxe debates sobre inteligência artificial, bem-estar, consumo consciente e as novas dinâmicas do mercado, apontando o que vai chamar nossa atenção nos próximos meses. 

Banner grande do SXSW pendurado em edifício, mostrando escadas internas sob céu azul com árvore ao lado.

Foto: Gabriella Bordasch (Reprodução/Instagram)

tendências que vi no SXSW 2025

1 – Beleza regenerativa: mais do que sustentável, agora a meta é regenerar

Sustentabilidade já não é o suficiente. A palavra-chave agora é regeneração. No SXSW 2025, marcas mostraram como a biotecnologia está criando produtos que não só preservam o meio ambiente, mas ajudam a restaurá-lo. Ingredientes cultivados em laboratório e embalagens biodegradáveis são apenas o começo. 

O Grupo Boticário foi uma das empresas a subir no palco do evento. Com grande público a VP de Consumer do Grupo Renata Gomide apresentou o painel “Beleza 2030: As 4 Tendências que Estão Redefinindo o Futuro da Longevidade”.

2 – Moda digital-first: do físico para o metaverso (e de volta para o real)

O phygital (físico + digital) se consolidou. Marcas estão lançando coleções digitais antes da produção física para testar aceitação e reduzir desperdício. O resultado? Menos impacto ambiental e mais exclusividade. A digitalização do consumo de moda é um caminho sem volta.

Aqui no Brasil a Renner vem fazendo isso desde 2023. A Marca inovou ao desenvolver 40% dos produtos femininos da linha esportiva Get Over de forma totalmente digital. Essa abordagem permitiu reduzir em 25% o tempo de desenvolvimento técnico dos produtos e em 50% a necessidade de amostras físicas.

3 – IA como stylist pessoal e curadoria hiperpersonalizada

A inteligência artificial está revolucionando o consumo de moda e beleza. A tendência é a hiperpersonalização: recomendações precisas de produtos, provadores virtuais e até stylists digitais que ajudam a criar looks sob medida para cada pessoa.

Um exemplo desses apps é o Style DNA que, a partir de uma selfie, cria um perfil de estilo personalizado, recomendando cores, padrões e formas que melhor se adequam ao usuário. Além disso, auxilia na gestão do guarda-roupa existente e oferece sugestões de compras alinhadas ao estilo individual. 

Palestra no SXSW 2025 com auditório cheio, apresentadora no palco ao lado de tela com a frase

Foto: Gabriella Bordasch (Reprodução/Instagram)

4 – O luxo silencioso continua, mas agora com uma narrativa forte

O quiet luxury segue relevante, mas agora com um twist: não basta parecer sofisticado, é preciso contar uma história. Peças atemporais, materiais premium e marcas com propósito são o novo desejo do consumidor que busca qualidade e impacto positivo.

No Brasil, a estilista Angela Brito é conhecida por suas peças que combinam elegância e minimalismo, características alinhadas ao quiet luxury. Suas criações destacam-se pela alfaiataria precisa e paleta de cores sóbrias, valorizando a qualidade dos materiais e o design atemporal. ​ 

5 – Creator economy e a Influência sob nova ótica: especialistas ganham espaço

O marketing de influência está passando por uma transformação. A busca por autenticidade, expertise e impacto real faz com que especialistas e criadores de nicho ganhem mais relevância do que influenciadores generalistas. No futuro, as marcas buscarão autoridade e conhecimento, não apenas engajamento superficial.

Nesta edição do South by Southwest, diversos paineis discutiram o crescimento da creator economy, destacando que a era do conteúdo de massa está cedendo espaço para a personalização e a comunidade. Criadores que constroem um público fiel e altamente engajado — seja na moda, beleza, tecnologia ou sustentabilidade — terão mais valor do que aqueles que apenas acumulam seguidores.

Outro ponto de destaque foi a monetização. A nova creator economy está cada vez menos dependente de publicidade tradicional e mais voltada para produtos próprios, cursos, memberships e experiências exclusivas, permitindo que criadores tenham mais autonomia financeira e conexão direta com suas audiências. Plataformas como Substack, Patreon e até novas funcionalidades do Instagram e TikTok para assinantes pagantes refletem essa mudança.

Além disso, com a ascensão da inteligência artificial, os criadores precisam se diferenciar pela sua originalidade e capacidade de construir narrativas autênticas. IA pode automatizar conteúdos, mas não substitui a confiança e a identidade única que um criador pode estabelecer com sua audiência.

No final, a influência do futuro será menos sobre números e mais sobre relevância, profundidade e propósito.

Palestra do SXSW 2025 com duas mediadoras no palco, telão ao fundo com logotipo e público assistindo.

Foto: Gabriella Bordasch (Reprodução/Instagram)

6 – Long life living: beleza e moda pensadas para longevidade

O novo conceito de beleza não é sobre parecer jovem, mas sobre viver bem por mais tempo. E senti que esse ano esse foi um tema central no evento. A maior parte das tecnologias e inovações será para gerar bem-estar. Roupas de alta durabilidade, skincare baseado na ciência da longevidade, hábitos mais saudáveis e conectados à moda estão moldando um novo mercado.

​A Simple Organic é uma marca brasileira que se destaca na promoção de beleza e bem-estar alinhados ao conceito de “Long Life Living”. Ela desenvolve produtos naturais, orgânicos e veganos, visando a saúde e a longevidade da pele. Recentemente, a marca lançou a linha Simple Wellness, composta por suplementos alimentares com fórmulas limpas e naturais, como Ácido Hialurônico, Cúrcuma e Trans-Resveratrol, que complementam a rotina de autocuidado e promovem o bem-estar de forma integrada.

7 – Saúde mental como status social (e estética do bem-estar)

O novo símbolo de status? Uma aparência descansada e um estilo de vida equilibrado. O “rich wellness” influencia desde maquiagens leves até o consumo de roupas confortáveis e versáteis. Cada vez mais, marcas apostam em narrativas ligadas ao bem-estar e saúde mental.

Entre as marcas que eu destacaria no Brasil e no mundo, respectivamente, seria a Holistix e a Rare Beauty. 

A Holistix combina ciência moderna com sabedoria ancestral, oferecendo produtos como óleos essenciais e superalimentos para uma vida mais equilibrada.

Já a Rare Beauty tem como missão moldar conversas sobre beleza, autoaceitação e saúde mental, promovendo apoio e serviços relacionados ao bem-estar. ​

Mulheres nos EUA controlarão US$ 30 trilhões em ativos até 2030, apresentado na SXSW 2025.

Foto: Gabriella Bordasch (Reprodução/Instagram)

8 – Minimalismo consciente: menos coisas, mais experiências

A tendência agora é comprar menos e melhor. Isso afeta desde a escolha de roupas e cosméticos até a forma como gastamos tempo e dinheiro. No marketing, marcas que oferecem experiências e real propósito vão se destacar.

9 – Nova feminilidade: autenticidade acima de estereótipos

O debate sobre feminilidade está mais rico do que nunca. A tendência passa por empoderamento, autenticidade e um novo olhar sobre sensualidade e força. Marcas estão construindo narrativas mais inclusivas e fugindo de padrões pré-estabelecidos.

A Dove é a empresa brasileira que há mais tempo foca nessa autenticidade. Lançada em 2004, a campanha “Real Beauty” desafiou os padrões tradicionais de beleza ao apresentar mulheres de diferentes tamanhos, etnias e idades. A iniciativa promoveu a mensagem de que a beleza vem em todas as formas e tamanhos, contribuindo para a mudança na percepção da imagem corporal e autoestima.

Além da Dove, o Boticário também é percebido como uma das marcas mais inclusivas, de acordo com o Brand Inclusion Index da Kantar. A empresa tem se destacado por suas práticas de diversidade e inclusão, sendo lembrada pelos consumidores brasileiros como uma marca que efetivamente promove essas práticas.

10 – Branding com consciência: o fim do “greenwashing”

Consumidores estão mais críticos e exigem transparência total das marcas. Empresas que prometem sustentabilidade precisam provar, influenciadores que recomendam produtos precisam ser genuínos, e campanhas publicitárias devem refletir valores reais, não apenas tendências.

No SXSW 2025, diversas palestras reforçaram que sustentabilidade na moda não é só sobre reduzir impacto, mas sobre repensar todo o ciclo de vida dos produtos. A indústria está sendo pressionada a abandonar práticas vazias e investir em materiais inovadores, como tecidos biodegradáveis, fibras recicladas e soluções de upcycling. A escolha dos tecidos que vestimos importa tanto quanto o design, e o consumidor está cada vez mais atento a isso.

A lógica do fast fashion está sendo desafiada por novas marcas e movimentos que incentivam peças atemporais, compostáveis e criadas a partir de processos regenerativos. A urgência climática faz com que grandes empresas repensem seu impacto real — e as que não se adaptarem correm o risco de perder credibilidade.

Dois palestrantes discutem em um painel sobre SXSW 2025, com banner colorido ao fundo.

Foto: Gabriella Bordasch (Reprodução/Instagram)

o que esperar dos próximos meses?

Se o SXSW 2025 nos ensinou algo, foi que o futuro será mais tecnológico, mas também mais humano. A moda e a beleza estão indo além da estética, incorporando bem-estar, ciência e impacto positivo. Agora é só ficar de olho para ver essas tendências bombando no seu feed (e no seu guarda-roupa). 

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