Ibovespa mantém ‘guinada’ para alta e fecha no maior patamar desde outubro; dólar cai a R$ 5,67

O Ibovespa (IBOV) destoou do tom negativo de Nova York e seguiu estendendo as altas na véspera da Super Quarta — dia de decisão de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil.

Nesta terça-feira (18), o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,49%, aos 131.474,73 pontos, o maior nível em cinco meses.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6721, com queda de 0,25% — no menor patamar desde 24 de outubro do ano passado. 

No cenário doméstico, o mercado repercutiu a apresentação e assinatura do projeto de lei (PL) sobre a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil por mês — sem novidades em relação ao que o governo já havia anunciado. A proposta também prevê a isenção parcial do IR para aqueles que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

“Sem surpresas negativas no endereçamento do projeto e o tom ameno adotado pelo presidente durante a apresentação do projeto também foi interpretado como um sinal positivo, contribuindo para a valorização dos ativos de risco domésticos”, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Os agentes financeiros também seguiram na expectativa pela decisão sobre a Selic. Hoje aconteceu o primeiro dia de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e a decisão deve sair amanhã (19) depois do fechamento do mercado.

A expectativa é de que o Copom eleve os juros em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro. As atenções ficarão concentradas no comunicado, já que o mercado espera novas sinalizações de altas na Selic.

Altas e quedas no Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, JBS (JBSS3) concentrou as atenções e liderou os ganhos do índice. As ações encerraram o dia com salto de quase 18% em reação ao acordo com o BNDES — considerado mais um passo em direção à listagem dos papéis da companhia nos Estados Unidos. Os frigoríficos aproveitaram a ‘onda’ de valorização e fecharam na ponta positiva.

Yduqs (YDUQ3) também registrou forte alta na repercussão do balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24). A educacional registrou lucro líquido de R$ 13,8 milhões entre setembro e dezembro, revertendo prejuízo de R$ 120,3 milhões registrado um ano antes.

Na ponta negativa, CVC (CVCB3) liderou as perdas do Ibovespa em um movimento de realização de ganhos, a despeito do alívio na curva de juros futuros. Mesmo com a baixa, as ações da companhia de turismo acumula alta de mais de 41% no ano.

Entre os pesos-pesados, o tom foi misto. Petrobras (PETR4;PETR3) fechou em leve alta, na contramão da queda do petróleo. Vale (VALE3) recuou na esteira do minério de ferro.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York devolveram parte dos ganhos da véspera na expectativa pela decisão sobre os juros do Federal Reserve (Fed).

O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve manter as taxas no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. O mais esperado é o gráfico de pontos (dot plot) do Fed, que mostra as projeções do BC norte-americano para a economia.

Os índices de Wall Street também foram pressionados pelo desempenho negativo das ações de tecnologia. Entre os destaques, os papéis da Tesla caíram mais de 5% durante o pregão após o banco de investimento RBC Capital Markets cortar o preço-alvo para as ações, reiterando a recomendação de compra. Nvidia também recuou quase 4%

Nos últimos dias, os investidores têm operado mais avessos ao risco em meio às incertezas sobre a imposição das tarifas de importação a vários países. A política tarifária é vista como inflacionária pelo mercado, com reflexos na economia global.

As negociações de cessar-fogo na guerra entre Ucrânia e Rússia também ficaram no radar.

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • Dow Jones: -0,62%, aos 41.581,31 pontos;
  • S&P 500: -1,06%, aos 5.614,66 pontos;
  • Nasdaq: -1,71%, aos 17.504,12 pontos.
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