Caso Ari Uru-Eu-Wau-Wau: TJ-RO mantém condenação de comerciante por assassinato de indígena


Ari foi assassinado na noite de 17 de abril de 2020, no distrito de Tarilândia em Jaru (RO). O réu foi condenado por homicídio duplamente qualificado. Ari Uru-eu-wau-wau foi encontrado morto em RO
Reprodução/Kanindé
O réu identificado como João Carlos da Silva, condenado por matar o indígena Ari-Uru-Eu-Wau-Wau teve o pedido para anulação do julgamento negado. A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) manteve a condenação de 18 anos de prisão.
Ari foi assassinado na noite de 17 de abril de 2020, no distrito de Tarilândia em Jaru (RO). O julgamento ocorreu em abril de 2024, na comarca de Jaru (RO), e por volta das 19h30 o júri declarou João Carlos da Silva culpado.
O réu foi condenado por homicídio duplamente qualificado:
por motivo fútil – uma vez que o crime foi cometido porque o réu não gostava de como Ari se comportava ao beber;
utilizando meio que dificultou a defesa da vítima – o réu embriagou Ari até que ele ficasse inconsciente e golpeou a vítima com dois instrumentos perfurocortantes na região do queixo, pescoço e cabeça.
Réu, acusado de matar Ari-Uru-Eu-Wau-Wau
Reprodução/TJ-RO
De acordo com o TJ-RO, o relator do processo, desembargador José Jorge Ribeiro da Luz, rejeitou o pedido da defesa, que argumentava que a decisão dos jurados foi contrária às provas apresentadas no processo. O magistrado destacou que os depoimentos testemunhais, as provas periciais e a dinâmica dos fatos confirmam que o crime foi cometido por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima.
“[A sentença] só pode ser anulada se por manifestamente demonstrada às provas dos autos, ou seja, quando a tese acolhida pelos jurados estiver completamente dissociada do acervo probatório [conjunto de provas]”, explicou o relator em sua decisão.
O g1 tenta localizar a defesa do réu.
Relembre o caso
Ari-Uru-Eu-Wau-Wau
Kanindé
Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi morto na noite de 17 de abril de 2020, em um distrito de Jaru (RO). Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte, com sinais de lesão contundente na região do pescoço, o que provocou uma hemorragia aguda.
O caso chegou a ser tratado na esfera federal, pois havia indícios de que o assassinato poderia estar relacionado a crimes ambientais. No entanto, o relatório final da Polícia Federal descartou essa hipótese e concluiu que João Carlos da Silva teria cometido o crime “pelo simples fato de não gostar de Ari”.
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