Entenda impasse entre prefeitura de Porto Alegre e famílias que moram em região de dique que rompeu na enchente de 2024


Cerca de 25 famílias não desocuparam os imóveis, e não aceitaram os termos oferecidos pelo Executivo municipal. Em maio do ano passado, região foi atingida por inundação, e água atingiu moradias. Prefeitura entra com reintegração de posse no bairro Sarandi, em Porto Alegre
A obra de elevação do dique Sarandi, necessária para contenção de enchente em um dos bairros mais atingidos pela inundação de maio de 2024 em Porto Alegre, provocou um impasse entre prefeitura e moradores que precisam ser retirados para a continuidade da intervenção.
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No ano passado, a água extravasou a contenção, alagando quase todas as moradias. Parte deles já saiu, mas outros não querem deixar as moradias.
A remoção teve início em 10 de março. Nesta quarta-feira (19), a administração municipal deu continuidade à derrubada de 33 casas. Com a ajuda de uma retroescavadeira, telhados e paredes foram tombados.
“Tem eu, a minha mãe, a minha irmã, que moramos ali, e tem uma casa para ser destruída na frente. Se destruir, vai cair por cima da nossa casa, e o marido da minha mãe é cadeirante”, afirma a dona de casa Solange Avelhaneda.
Os proprietários dos imóveis destruídos chegaram a um acordo com o município. A promessa é de que, pelo programa “Compra Assistida”, do governo federal, as pessoas poderão ter acesso a outro bem para viver, de até R$ 200 mil.
O município ingressou, na segunda-feira (17), com um pedido de reintegração de posse na Justiça para retirar cerca de 25 famílias vizinhas ao dique do bairro Sarandi, na Zona Norte. Na ação, alega que as construções foram erguidas irregularmente e em área de risco.
Prefeitura de Porto Alegre está derrubando casas na região do dique do Sarandi
Reprodução/RBS TV
Faltam garantias, dizem moradores
Para as famílias que não desocuparam as construções e não aceitaram os termos oferecidos pela Prefeitura, não há garantias de que uma nova casa será financiada dentro das condições que muitos vivem — desemprego e baixa renda.
A prefeitura afirma ter oferecido aluguel provisório, pelo programa estadia solidária. O valor, de R$ 1 mil, é pago por até um ano.
“A gente tentou conversar com eles, para parar essa obra, porque tem gente que não assinou ainda. O valor que eles nos propuseram é muito pouco. Eu ainda não saí por isso, por ainda não ter conseguido alugar uma casa com esse valor”, reclama a dona de casa Mariane Friedrich.
Moradores afirmam que valor oferecido pela Prefeitura para aluguel solidário é insuficiente
Reprodução/RBS TV
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