Minerva (BEEF3) dispara 10% após prejuízo bilionário no 4T24; o que dizem os analistas?

A Minerva Foods (BEEF3) reportou um prejuízo de R$ 1,567 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24) na noite de ontem (19). Por volta de 11h29 desta quinta-feira (20), as ações subiam 10,02%, aos R$ 6,15.

O Goldman Sachs reforçou que a Minerva apresentou um trimestre forte, superando em 21% o consenso da Bloomberg no nível de Ebitda, com o Brasil sendo novamente o principal responsável pelas surpresas no trimestre.

Executivos da Minerva disseram que a companhia conseguirá reduzir sua dívida neste ano e em 2026. O frigorífico encerrou o período com uma dívida líquida de R$ 15,6 bilhões.

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“Embora reconheçamos que as preocupações do mercado em relação ao ciclo do gado no Brasil possam persistir, observamos que os preços até agora têm compensado parcialmente esse fator. Com uma China potencialmente mais forte, uma demanda doméstica amplamente inelástica no Brasil e o foco contínuo da administração na integração de aquisições, reiteramos nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$ 6,65 e potencial de alta de 19%) para as ações da BEEF3”, enxergam Thiago Bortoluci e Nicolas Sussmann.

Segundo os analistas, esse foi o primeiro trimestre que a Minerva incorporou os ativos no Brasil, Argentina e Chile adquiridos da Marfrig (MRFG3) em novembro de 2024, o que estimam ter acrescentado aproximadamente 5% aos resultados consolidados da empresa.

BEEF3, segundo o BTG

BTG Pactual reforçou que o 4T24 ficou marcado pelo primeiro trimestre da integração de ativos da Marfrig, num período marcado por intensa volatilidade nos preços do gado e no câmbio no Brasil, impactando da marcação a mercado da dívida e dos instrumentos de hedge, enquanto a moeda argentina favoreceu a conversão dos preços. Para eles, o resultado do 4T24 aponta um certo alívio.

“Em menos de dois meses, os novos ativos representaram 7% das vendas no trimestre. Com a capitalização de mercado representando menos de 20% do valor da empresa, a tese de investimento em ações depende essencialmente da capacidade da Minerva de entregar a desalavancagem do balanço. Seguimos reconhecendo o sólido histórico da Minerva em M&As, mas mantemos uma postura cautelosa, considerando o que vemos como um investimento de alto risco e alta recompensa”, veem Thiago Duarte, Pedro Soares, Guilherme Guttilla e Bruno Henriques.

O BTG conta com uma recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 7 e potencial de alta de 13,27%

Genial Investimentos vê pressão nos custos do gado

Para a Genial Investimentos, os números ficaram abaixo das estimativas. Segundo eles. Houve uma retração na margem (-0,5 p.p contra estimativa da Genial), que ficou em 8,8%, e no Ebitda da companhia (-4,3% contra estimativa), que totalizou R$ 943 milhões, devido ao aumento expressivo no custo de aquisição do gado, que atingiu R$ 319 por arroba, um avanço de 33,2% no comparativo trimestral e de 32,6% no ano.

“O preço da arroba do gado deve seguir pressionando as margens em 2025, considerando que tal imersão foi justificada pelo maior número de abates em 2024 contra 2023, atingindo cerca de 28 milhões de cabeças de gado, alta de 13,5% no ano. É importante mencionar que fevereiro já registrou um aumento de 15,2% ano a ano nos abates, batendo o número entregue em 2024. Isso significa dizer que é bem provável que tenhamos um ano de abates muito proeminente (talvez superando o recorde já marcado em 2024), fazendo força para reduzir a oferta de gado e criando suporte para manutenção do preço da arroba em patamares altos”, explicam Igor Guedes, Iago Souza e Luca Vello.

Apesar de identificar múltiplos ainda descontados e acreditar que o mercado tenha penalizado as ações de forma excessiva, a Genial não vê catalisadores fundamentalistas consistentes que levariam uma valorização significativa das ações. Com isso, eles, mantém uma visão neutra para ação e preço-alvo R$ 5,70 (potencial de alta de 1,96%).

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