Dólar interrompe sequência de perdas com Copom e aversão ao risco do exterior e fecha a R$ 5,67

Depois de sete altas consecutivas, o dólar à vista (USDBRL) interrompeu a sequência de ganhos com a escalada da aversão ao risco no exterior e o tom considerado mais “conservador” do Comitê de Política Monetária (Copom) na decisão de elevar a Selic para 14,25% ao ano.

Nesta quinta-feira (20), a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6758, com alta de 0,49%. 

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,39%, aos 103,817 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o mercado reagiu à decisão do Copom de elevar a Selic para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro. No comunicado, o colegiado do Banco Central sinalizou uma nova alta na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião.”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que tem confiança de que o BC “olhará dados e levará a inflação para a meta com inteligência”, em entrevista à GloboNews, no final da tarde.

A alta do dólar foi contida por uma nova intervenção do BC no câmbio. A autoridade monetária vendeu R$2 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra realizados durante a manhã, um dia após vender outros R$2 bilhões em operações feitas na véspera (19). As vendas foram realizadas com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava R$5,6502.

No leilão de linha A, que ocorreu de 10h30 às 10h35 e terá como data de recompra o dia 4 de agosto de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de R$1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,136%.

No leilão de linha B, também realizado de 10h30 às 10h35 e que terá como data de recompra o dia 3 de setembro de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de R$1 bilhão, a uma taxa de corte de 5,156%.

Essas operações, que haviam sido anunciadas na terça-feira (18), buscam rolar outra operação de linha realizada em 12 de dezembro, quando a autarquia vendeu R$2 bilhões ao mercado com compromisso de recompra em 2 de abril deste ano.

Exterior

No exterior, a decisão de política monetária nos Estados Unidos, divulgada na véspera, seguiu repercutindo no mercado.

Ontem (9), o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) Federal Reserve (Fed) manteve as taxas inalteradas, no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. O BC norte-americano também manteve a estimativa de dois cortes, de 25 pontos-base, nos juros em 2025.

  • SAIBA MAIS: O Seu Dinheiro, portal parceiro do Money Times, mapeou os investimentos mais promissores do mês de março; veja as recomendações de especialistas do mercado
Adicionar aos favoritos o Link permanente.