Hypera (HYPE3) tem forte alta em reação ao 4T24; o que fazer com as ações agora?

As ações da Hypera (HYPE3) ‘brilham’ no  Ibovespa (IBOV) nesta sexta-feira (21) e disputam a liderança do principal índice da bolsa brasileira em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24). 

Por volta de 11h46 (horário de Brasília), HYPE3 subia 4,28%, a R$ 20,56. Nas primeiras horas do pregão, as negociações dos papéis foram suspensas e entraram em leilão duas vezes por oscilação máxima permitida. Na máxima do dia, as ações avançaram mais de 6%. Acompanhe o Tempo Real. 

A farmacêutica registrou lucro líquido das operações continuadas (ajustado) de R$ 79,5 milhões entre outubro e dezembro, o que representa uma queda de 74,2% ante o mesmo período do ano anterior. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das operações continuadas foi de R$ 136,9 milhões no 4T24, um recuo de 76,4%na base anual. A margem ficou em 9,1%, uma perda de 22,3 pontos percentuais (p.p.) na comparação anual.

A receita líquida teve queda de 18,2% no 4T24 e em relação ao mesmo período de 2023, somando R$ 1,5 bilhão. 

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 221,5 milhões no trimestre, patamar R$ 2,7 milhões superior a um ano antes.

Hypera em 2024

No consolidado de 2024, a Hypera teve lucro líquido de R$ 1,3 bilhão, queda de 19,3% ante 2023.

O Ebitda totalizou R$ 2,1 bilhões, 23,8% menor que o apurado em 2023.

A companhia destacou, porém, que mesmo com a redução do Ebitda das operações continuadas, o fluxo de caixa operacional alcançou R$ 2,539 bilhões em 2024, maior patamar de sua história, alta de 6% frente a 2023.

Já a receita líquida atingiu R$ 7,4 bilhões, redução de 6% frente a 2023.

A farmacêutica empresa encerrou dezembro de 2024 com dívida líquida (pós-Hedge) de R$ 7,5 bilhões ante R$ 7,4 bilhões no fim de 2023.

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Hypera em alta = balanço positivo? 

Para os analistas, os resultados trimestrais da Hypera foram fracos, mas dentro do esperado pelos analistas, em meio a otimização do capital de giro em curso. 

O BTG Pactual, porém, avalia que os números vieram piores do que o esperado, com destaque para a queda da receita líquida e do Ebitda. 

“A reestruturação da Hypera, com foco na melhora do capital de giro, resultou em um trimestre fraco do ponto de vista de DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), conforme esperado”, escreveram os analistas Marcelo Zambello, Samuel Alves e Yan Cesquim em relatório. 

“A partir de agora, os dados de sell-out (venda direta ao consumidor final) são o principal indicador para monitorar o desempenho da companhia após a otimização do capital de giro”, acrescentam.

Já o Bradesco BBI, o Goldman Sachs e o Itaú BBA destacaram o fato de a empresa estar operando com um prazo de recebíveis de aproximadamente 70 dias para as novas vendas realizadas no final do primeiro trimestre de 2025 (1T25). Antes o prazo era de 60 dias e chegou a 116 dias no segundo trimestre de 2024 (2T24). 

“Isso pode ser visto como um sinal positivo pelos investidores, indicando o potencial sucesso da estratégia de otimização do capital de giro, que está sendo implementada”, afirma o analista Vinicius Figueiredo, do Itaú BBA. 

Já o Bradesco BBI afirmou que a mudança não trouxe impacto no sell-out e no fornecimento de farmácias. 

O que fazer com HYPE3? 

Os analistas mantiveram a recomendação neutra para os papéis. 

O Itaú BBA projeta alta de 12,2% nas ações HAPV3 até o final do ano, com preço-alvo de R$ 22. Já o Goldman Sachs tem preço-alvo de R$ 23. 

O BTG Pactual vê a empresa em um momento de resultados ainda fraco e riscos relevantes de execução para manter bons níveis de sell-out. O banco tem preço-alvo de 24 — o que tem potencial de valorização de 22,4% sobre o preço de fechamento da véspera (20).

Para o Bradesco BBI, o valuation da companhia ainda é atraente, mas há os riscos de fraco  impulso de resultados e tributação do benefício fiscal do ICMS. 

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