Ações da Tesla Disparam após o Pedido de Elon Musk a Funcionários

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Em meio a preocupações crescentes sobre o impacto de seu papel na Casa Branca no seu trabalho como CEO da Tesla, o homem mais rico do mundo, Elon Musk, reuniu os funcionários da empresa em uma reunião geral transmitida ao vivo na noite de quinta-feira (21). Durante o encontro, ele os incentivou a “segurar as ações” da montadora enquanto atravessa “um pequeno tempo turbulento”, o que ajudou a impulsionar uma alta nos papéis da Tesla.

Nos últimos três meses, as ações da montadora estão recuando e acumulam queda de 51%. “As ações da Tesla sobem e descem, mas, na verdade, ainda é a mesma empresa”, disse Musk, acrescentando: “acho que é algo muito emocional.” Em relação aos protestos generalizados nas concessionárias da empresa e os atos de vandalismo contra os veículos, o CEO afirmou que “se você ler as notícias, parece o Armagedom”.

Em uma aparente resposta às declarações de Musk, as ações da Tesla subiram quase 4% na tarde desta sexta-feira (22), mesmo com uma leve queda do S&P 500. No entanto, os papéis ainda acumulam uma perda de 2% nos últimos sete dias e caminham para a nona semana consecutiva de desvalorização.

O evento surpresa marcou a aparição mais significativa de Musk na Tesla desde a teleconferência de resultados da empresa em 26 de janeiro. O bilionário tem dedicado grande parte do seu tempo ao governo Trump. “Tenho 17 empregos neste momento”, disse Musk na quinta-feira, acrescentando que está “extremamente sobrecarregado.”

A reunião com funcionários aconteceu poucas horas depois de um dos analistas mais otimistas sobre a fabricante, Dan Ives, da Wedbush, afirmar que Musk precisava “assumir a responsabilidade, parar de se calar e ajudar a resolver essa crise que está se formando na Tesla.” Nesta sexta, Ives escreveu em nota para seus clientes que “a noite passada foi o tipo de liderança que Musk precisava demonstrar”, elogiando o CEO por “oferecer um suporte importante neste momento crucial para funcionários e investidores.”

Braço direito de Trump

Além de seu papel na Tesla, Musk é o chefe de fato do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) da Casa Branca, CEO das gigantes privadas SpaceX e xAI, presidente e dono da rede social X, além de fundador das startups Boring Company e Neuralink, que atuam nos setores de perfuração de túneis e implantes cerebrais, respectivamente.

Desde que o presidente Donald Trump assumiu o cargo em janeiro, Musk tem dedicado “110%” do seu tempo ao DOGE, uma função de grande influência nos esforços do presidente dos EUA para cortar gastos com o serviço público e reduzir os fundos do governo. O cargo tem sido alvo de controvérsias por conta de declarações frequentemente enganosas sobre programas afetados. Esse sentimento negativo em relação à postura política de Musk se tornou um grande obstáculo para as vendas da Tesla no início de 2025, levando diversas empresas de Wall Street a reduzirem suas projeções de preço para as ações da companhia e a revisarem para baixo suas previsões de entregas de veículos neste ano. Segundo analistas do Mizuho, os “problemas de vendas” da Tesla decorrem do declínio na “percepção da marca” nos EUA e na União Europeia.

E a fortuna de Musk?

Como maior acionista da Tesla, ninguém sentiu mais o impacto da desvalorização das ações do que o próprio CEO, cuja fortuna caiu quase US$ 140 bilhões (R$ 793,8 bilhões) desde o pico em dezembro. Ainda assim, seu patrimônio de US$ 328 bilhões (R$ 1,86 trilhão) continua sendo o maior do mundo, de acordo com as estimativas da Forbes. No entanto, pela primeira vez desde 2019, a SpaceX, e não a Tesla, se tornou sua principal fonte de riqueza.

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