Camila Farani: “Liderança Feminina É Motor de Crescimento”

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Não existe dúvida sobre a importância da presença feminina na liderança empresarial, os números do mercado já entregam a resposta: empresas com mulheres no comando crescem mais, lucram mais e inovam mais.

O crescimento do empreendedorismo feminino e a presença de mulheres em cargos de liderança são movimentos que fortalecem a economia, impulsionam a inovação e ampliam a competitividade das empresas. Quando diferentes perspectivas estão na mesa de decisão, as soluções são mais completas, os negócios crescem de forma mais sustentável e os mercados se tornam mais dinâmicos.

Atualmente, 40% das empresas no Brasil são lideradas por mulheres, segundo a Serasa Experian. Esse dado mostra um avanço importante, mas também revela que ainda há um longo caminho para garantir que mulheres tenham acesso a diversas oportunidades em todas as áreas do empreendedorismo.

Em um cenário econômico cada vez mais desafiador, a diversidade de pensamento e a pluralidade de lideranças são essenciais para a construção de estratégias inovadoras e eficazes. E a inclusão de mais mulheres no comando se torna uma estratégia de crescimento e desenvolvimento econômico para as empresas.

Diversidade de gênero em números e impactos

O Brasil tem 8,4 milhões de empresas lideradas por mulheres, conforme estudo da Serasa. Esse número poderia ser maior, mas barreiras estruturais e culturais ainda limitam o avanço feminino no empreendedorismo e na liderança corporativa.

No ambiente corporativo, de acordo com a pesquisa “Women in Business 2024” da consultoria Grant Thornton, apenas 35% dos cargos de liderança sênior no Brasil são ocupados por mulheres. Embora o número tenha crescido nos últimos anos.

A falta de diversidade de gênero impacta diretamente a competitividade e a inovação das empresas. Negócios que não incluem mulheres na tomada de decisão perdem a chance de compreender melhor um mercado em que elas influenciam mais de 80% das decisões de compra, segundo o Boston Consulting Group.

Quando mulheres ocupam cargos estratégicos, os impactos positivos são evidentes em diferentes aspectos:

1. Empresas mais lucrativas e competitivas

Estudos da McKinsey mostram que empresas com maior diversidade de gênero superam seus concorrentes em até 25% em termos de rentabilidade. Isso ocorre porque equipes diversas tomam decisões melhores e desenvolvem produtos e serviços mais alinhados com a realidade do mercado.

Na prática, ao ter mais mulheres no comando, aumenta a probabilidade de ter estratégias mais inteligentes, inovação mais acelerada e negócios mais preparados para crescer de forma sustentável.

2. Acesso a novos mercados e consumidores

Mulheres representam mais da metade da população brasileira e são responsáveis pela maior parte das decisões de compra. Mesmo assim, muitas empresas ainda são lideradas exclusivamente por homens e falham em criar produtos e serviços que realmente atendam às necessidades desse público.

Quando mulheres assumem a liderança, a visão de mercado se amplia, permitindo que empresas se conectem melhor com suas consumidoras e criem soluções mais relevantes. Isso se traduz diretamente em crescimento de receita e maior fidelização de clientes.

3. Crescimento do PIB e desenvolvimento econômico

Se o Brasil reduzisse a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, o impacto econômico seria imenso. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inclusão plena das mulheres na economia poderia aumentar o PIB brasileiro em até 30%.

Já a pesquisa do Fórum Econômico Mundial aponta que, globalmente, oportunidades iguais para homens e mulheres poderiam adicionar US$ 28 trilhões à economia até 2025. Isso equivale ao PIB dos Estados Unidos e da China combinados.

Ou seja, oportunizar mais mulheres no comando não é apenas uma questão social – é uma estratégia econômica poderosa.

A equidade de gênero no empreendedorismo e na liderança impulsiona toda a economia, gerando empregos, fortalecendo setores estratégicos e abrindo novas oportunidades de negócios. O caminho para um mercado mais dinâmico e sustentável passa, inevitavelmente, pela inclusão de mais mulheres em posições de decisão.

Camila Farani é Top Voice no LinkedIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.

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