Resultados do 4T24: desafios das “junior oils brasileiras” para os próximos trimestres

Enquanto a Petrobras movimentou o mercado com dividendos abaixo do esperado, as chamadas junior oils brasileiras — empresas independentes de menor porte como PRIO, PetroReconcavo e Brava Energia — apresentaram resultados mistos no 4T24. Apesar dos desafios enfrentados, especialmente regulatórios, o analista Fred Nobre, da Warren Investimentos, acredita que o setor oferece boas oportunidades de entrada para 2025.

Entre as três, PRIO (Petrorio) foi o destaque positivo. A empresa registrou aumento de produção e receita, beneficiada pela aquisição dos campos de Peregrino. O lucro líquido veio acima das projeções, impulsionado por ajustes tributários relacionados à Domo Energia. “É a melhor da classe, com track record robusto, baixo lifting cost e capacidade de execução acima da média. Mesmo com os riscos do setor, continua sendo nossa favorita”, destacou o analista.

A PetroReconcavo (RECV3) teve um desempenho mais modesto. Os resultados operacionais vieram em linha com o esperado, mas os dados de reservas decepcionaram, apontando dificuldade da empresa em repor ativos exploráveis. Apesar disso, o espaço para pagamento de dividendos continua elevado: a Warren projeta dividend yield de até 15% para este ano. “Pode ser uma boa tese de valor para quem busca renda”, avalia Nobre.

Já a Brava Energia (BRAV3) teve um trimestre mais fraco, como antecipado pelo mercado. A empresa melhorou sua eficiência em custos na operação onshore, mas ainda carrega um alto grau de risco. “Ela tem hoje o maior potencial de upside entre as juniors, mas também o maior risco de execução. A alavancagem é alta, mas existe espaço para reversão se ela conseguir avançar com a venda do ativo onshore e estabilizar a produção em Atlanta”, afirmou o analista.

Para Fred Nobre, os ventos contrários de 2023 — como atrasos regulatórios e entraves ambientais — ainda impactaram o setor no 4T24. Mesmo assim, a perspectiva é mais otimista para 2025. “Acreditamos que o setor vai se beneficiar da recuperação de produção, redução de incertezas regulatórias e da atratividade dos valuations após um ano difícil”, concluiu.

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