Astrônomos encontram planetas maiores que a Terra fora do Sistema Solar

Astrônomos descobriram dois planetas que, embora sejam parecidos com outros da Via Láctea, são diferentes de qualquer outro do nosso Sistema Solar. Ambos orbitam TOI-1453, uma estrela a 250 anos-luz da Terra que faz parte de um sistema binário, ou seja, orbita outra vizinha estelar. Os mundos recém-encontrados são considerados uma superterra e um subnetuno, os tipos mais comuns na galáxia — mas inexistentes em nosso sistema.

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Os exoplanetas (mundos que orbitam outras estrelas além do Sol) podem ser classificados de diversas maneiras. Entre os tipos, estão as superterras, que incluem os exoplanetas mais massivos que a Terra e menos que Netuno e Urano. Já os subnetunos têm raio menor que o de Netuno, mas podem ser mais massivos. 

Representação do sistema TOI-1453 (Reprodução/Martin Farnir)

Manu Stalport, astrofísico que liderou o estudo, observa que os planetas têm grande contraste em suas características. “TOI-1453 b é uma superterra, um pouco maior que o nosso planeta e provavelmente rochosa. Ele completa sua órbita em apenas 4,3 dias, o que o torna um planeta muito próximo de sua estrela”, explicou. Como está bem perto da sua estrela, este planeta provavelmente tem superfície extremamente quente. 


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Já TOI-1453 c é um subnetuno com 2,2 vezes o tamanho da Terra e apenas 2,9 massas terrestres. “Isso o torna um dos subnetunos menos densos já descobertos, o que levanta questões sobre sua composição”, acrescentou. A baixa densidade sugere que este planeta talvez tenha uma camada atmosférica rica em hidrogênio, ou que sua composição seja dominada pela água. 

A descoberta destes mundos fica ainda mais interessante se lembrarmos que eles estão em um sistema binário: como há duas estrelas ali se orbitando, os planetas estão sujeitos a interações gravitacionais que podem afetar sua formação e evolução. Além disso, eles orbitam a estrela em uma ressonância orbital de quase 3:2, ou seja, o planeta mais interno completa 3 órbitas para quase 2 do mais externo. 

Isso sugere que suas órbitas podem ter se alterado ao longo do tempo devido a interações com gases, fragmentos de planetas em formação ou até mesmo com alguma outra estrela. Essas mudanças podem ter deixado o TOI-1453 b em uma órbita bem mais próxima da sua estrela hospedeira. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.  

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