Ibovespa (IBOV) abre em queda sob tensão com tarifas e inflação nos EUA; 5 coisas para saber ao investir hoje (28)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta sexta-feira (28) em queda. O principal índice da bolsa brasileira recua 0,05%, aos 133.079,93 pontos, por volta de 10h02 (horário de Brasília).


O dólar à vista rondava a estabilidade ante o real nas primeiras negociações desta sexta, a caminho de fechar a semana em alta, à medida que os investidores se posicionavam para dados de emprego no Brasil e de inflação nos Estados Unidos, enquanto aguardam notícias sobre as tarifas da maior economia do mundo.

Por volta das 10h, o dólar avançava 0,23%, a R$ 5,7565.

Do lado corporativo, saem os resultados do quarto trimestre (4T24) da Gol (GOLL4) e Copasa (CSMG3).

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Day Trade:

  • Copasa (CSMG3), São Martinho (SMTO3) e mais 3 ações para comprar
  • Eletrobras (ELET3) e outras ações para vender e buscar retornos de até 3,02%

Radar do mercado:

  • Eletrobras (ELET3), Gol (GOLL4), Bmg (BMGB4) e outros destaques

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta (28)

1 – PCE: Inflação dos EUA sobe 0,3% em fevereiro e vai a 2,5% em 12 meses

O índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos Estados Unidos subiu 0,3% em fevereiro, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis. O PCE foi a 2,5% em 12 meses — ainda acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo da inflação subiu 0,4% no segundo mês doe 2025. No acumulado de um ano, foi 2,8%.

As expectativas eram de uma alta mensal de 0,3% tanto no indicador cheio quanto no núcleo. Já no comparativo anual, o PCE subiria 2,5% e 2,6%, respectivamente.

A alta na leitura de fevereiro vem após avanços de 0,3% e 2,5% no primeiro mês do ano. O núcleo, por sua vez, subiu 0,3% e 2,6% em janeiro.

O PCE é o indicador inflacionário favorito do Fed e ajuda o mercado a calibrar as expectativas para a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

2- Taxas e mais taxas: Países retaliam tarifas impostas por Trump

O mercado americano reagiu com grande volatilidade às novas tarifas impostas por Trump, de 25% sobre carros e peças automotivas importados. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destaca que mercado está recalculando os impactos dessas tarifas, que podem afetar desde margens de lucro até cadeias de produção, além de gerar incertezas econômicas.

O aumento de preços pode diminuir o consumo, principal motor da economia dos EUA, e o enfraquecimento da confiança dos consumidores e empresários pode sinalizar um risco de recessão.

A situação é agravada pelas retaliações internacionais, especialmente de países como Canadá, Japão e União Europeia, que criticam as medidas protecionistas dos EUA.

“Eles não estão errados: estamos flertando com o colapso da ordem global que os próprios americanos passaram décadas construindo e defendendo. É uma nova dinâmica sendo criada”, avalia.

O Brasil também pode ser afetado, com Trump sinalizando novas tarifas sobre os bens brasileiros, inserindo o país na crescente guerra comercial.

3 – IGP-M tem queda de 0,34% em março com recuo de minério de ferro, diz FGV

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) passou a cair 0,34% em março, depois de ter registrado alta de 1,06% no mês anterior, com destaque para o recuo dos preços do minério de ferro no atacado, mostraram dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

A queda foi bem mais intensa do que a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,17% e, com o resultado do mês, o índice passou a acumular em 12 meses alta de 8,58%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, teve queda de 0,73% em março, depois de ter subido 1,17% no mês anterior.

“No IPA, a principal contribuição para a queda do IGP-M veio do minério de ferro, que registrou recuo nos preços diante de um cenário de preocupações com a guerra comercial”, explicou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

No mês, os custos do minério de ferro recuaram 3,64%, após avanço de 0,32% em fevereiro.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, desacelerou a alta a 0,80% em março, de 0,91% no mês anterior.

“A desaceleração no IPC foi influenciada, principalmente, pela dissipação do impacto dos reajustes das mensalidades escolares, mas também pela forte queda (de 13,71%) nos preços das passagens aéreas”, disse Dias

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou a subir no período 0,38%, de uma alta de 0,51% em fevereiro.

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4 – Confiança de serviços no Brasil melhora em março após 4 meses de quedas, diz FGV

A confiança do setor de serviços do Brasil voltou a aumentar em março depois de quatro meses de piora devido à melhora das expectativas, mostraram os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 1,2 ponto, para 92,9 pontos.

“O resultado apresenta caráter compensatório nas expectativas futuras do setor que seguiam em trajetória de piora desde outubro passado”, explicou Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.

A FGV informou que o Índice de Expectativas (IE-S), que reflete as perspectivas para os próximos meses, subiu 2,2 pontos, para 90,8 pontos.

Já o Índice de Situação Atual (ISA-S), indicador da percepção sobre o momento presente do setor de serviços, avançou 0,2 ponto, para 95,3 pontos.

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5- Eletrobras (ELET3) consegue fim da obrigação de investimento na usina Angra 3

Eletrobras (ELET3) assinou a rescisão de obrigação de investimento na usina nuclear Angra 3, como parte do acordo que firmou com o governo para encerrar um entrave que corria desde a privatização da gigante do setor elétrico, mostra fato relevante enviado ao mercado.

As partes chegaram a um acordo para encerrar a disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o limite de poder de voto na companhia. O governo passou a ter representatividade em conselhos da Eletrobras, podendo indicar até três nomes.

Atualmente em construção, a Angra 3 é a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). A Eletrobras — na condição de acionista da operadora das usinas, a Eletronuclear, com 35,9% das ações — tinha previsto em acordo de investimento aportes para a obra.

No entanto, como já era amplamente esperado pelo mercado, a companhia conseguiu rescindir o acordo.

A Eletrobras informou ainda que irá convocar para 29 de abril a assembleia geral extraordinária de acionistas que deliberará o acordo com a União, que deverá ser submetido posteriormente à homologação do STF.

*Com informações de Reuters 

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