Brava Energia (BRAV3) dispara 19%, enquanto Embraer (EMBR3) lidera as perdas — veja o que foi destaque no Ibovespa na semana

O Ibovespa (IBOV) interrompeu a sequência de ganhos semanais com a reta final da temporada de balanços e aumento da aversão ao risco no exterior com a política tarifária dos Estados Unidos.

O principal índice da bolsa brasileira acumulou queda de 0,33% nos últimos cinco pregões e encerrou a sessão da sexta-feira (28) no nível dos 131 mil pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a R$ 5,7618. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,77%.

O cenário doméstico foi recheado por novos dados econômicos. Entre eles, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,64% em março, uma desaceleração em relação à alta de 1,23% em fevereiro e abaixo das expectativas do mercado. A prévia da inflação acumula alta de 1,99% no ano e de 5,26% em doze meses.

A taxa de desemprego do Brasil ficou em 6,8% no trimestre até fevereiro, em linha com as expectativas. Já o Caged superou as estimativas com a abertura de 431.995 vagas em fevereiro.

O mercado ainda reagiu à ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Os diretores do Banco Central afirmaram que a “elevada incerteza” doméstica foi o motivo para a indicação do próximo movimento nos juros. O colegiado também viu como apropriado indicar que o ciclo não está encerrado em função do cenário adverso para a dinâmica da inflação.

Na semana anterior, o  Copom elevou a Selic para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro — e sinalizou uma nova alta na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

No exterior, as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuaram nos holofotes.

Durante a semana, o chefe da Casa Branca anunciou uma taxa adicional de 25% para países que importem óleo e petróleo da Venezuela e também para o setor automotivo — com foco em carros de passeio fabricados fora dos EUA. As taxas recíprocas devem entrar em vigor em 2 de abril.

Sobe e desce do Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Brava Energia (BRAV3). Os ganhos da junior oil foram impulsionados pelos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24).

A companhia reportou um prejuízo líquido pró-forma de R$ 1,02 bilhão no 4T24, uma reversão do lucro de R$ 474,7 milhões registrado no mesmo período em 2023.

Segundo a companhia, fruto da fusão entre a 3R Petroleum e Enauta, o resultado está atrelado à desvalorização cambial do período, “sendo um evento de natureza exclusivamente contábil, sem efeito caixa”.

Na avaliação dos analistas do Santander, o trimestre foi de transição e não da história completa da companhia. Embora a produção tenha sido fraca no período, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz notam um custo de extração melhor do que o esperado, dado o desempenho sólido de suas operações onshore.

Além disso, os papéis ganharam fôlego após o  BTG Pactual Wealth Management elevar a participação na Brava. O BTG WM atingiu a posição de 24,2 milhões de ações ordinárias, o que equivale a aproximadamente 5,23% do total dos papéis emitidos pela empresa. 

Confira a seguir as maiores altas do Ibovespa entre 24 a 28 de março:

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Já a ponta negativa foi liderada por Embraer (EMBR3), que foi pressionada pelos possíveis impactos das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos — que entram em vigor na próxima semana.

Na avaliação do BTG Pactual, o impacto das medidas deve ser limitado.

“De forma geral, acreditamos que o impacto líquido de um aumento tarifário sobre a Embraer seria limitado, com a principal exposição concentrada na aviação executiva — que representa cerca de 28% da receita líquida de 2024”, afirmaram Lucas Marquiori e Fernanda Recchia em relatório.

Veja as maiores quedas do Ibovespa na semana: