Como fazer cerâmica fria — o hobbie manual que me salvou do vício de telas!

Como toda Gen Z que se preze, em 2025 estou buscando viver cada vez mais offline. Sou estudante de Publicidade e Propaganda e faço parte do time de Social do Steal the Look. O problema? Muitas vezes, meu “hobby” acabava sendo o meu próprio trabalho. Passava o dia inteiro pesquisando referências, criando conteúdo e mergulhada nas redes sociais. E quando o expediente acabava eu continuava no Instagram ou no TikTok.

Por mais que eu soubesse que esse excesso de tela não me fazia bem, sempre encontrava uma desculpa — afinal, era meu trabalho, certo? Mas foi aí que eu percebi que minha vida offline também poderia ser um jeito de exercitar minha criatividade. E assim começou minha paixão por cerâmica fria. 

Foto: Cerâmica fria (Pinterest)

Sou filha de artesã, então sempre tive dentro de casa o exemplo de como o trabalho manual pode impactar nossa saúde mental, estimular a criatividade e transformar nossa relação com as coisas. Cresci vendo minha mãe fazer crochê, pintar panos de prato, telas e mandalas, além de estar sempre reformando um móvel ou inventando algo novo.

Com essa influência dela e, confesso, com um empurrãozinho do TikTok, onde comecei a ver vídeos sobre cerâmica fria, decidi finalmente tirar essa ideia do papel e me aventurar nesse universo.

Mas antes de colocar a mão na massa, precisei reunir alguns materiais básicos. A cerâmica fria é super acessível e não exige muitos itens para começar, o que foi um ponto positivo para mim. Com uma massa de boa qualidade, algumas ferramentas simples para modelar e tintas para a finalização, já dá para criar peças incríveis. 

Foto: Dalila Oliveira (Reprodução)

1. Abra a massa com o rolinho.
2. Nivele a massa e comece a moldar e cortar no formato desejado.
3. Deixe a massa secar completamente — o processo pode levar até 3 dias.
4. Depois que a massa estiver totalmente seca, lixe a peça para facilitar a pintura.
5. Antes de pintar, aplique uma camada de base acrílica e, em seguida, pinte como preferir.
6. Por fim, após a tinta secar, finalize com o verniz vitral para dar brilho e conservar a peça.

Vale lembrar que a cerâmica fria é tóxica. Diferente da cerâmica de queima, feita de argila, ela deve ser usada apenas para criar objetos decorativos e não pode entrar em contato com alimentos.

Com esse novo hobby, tenho exercitado muito a minha paciência, além de, claro, passar um bom tempo longe das telas. Sempre faço cerâmica ouvindo músicas que amo ou podcasts longos, daqueles de 40 minutos a uma hora. Preciso admitir que esse processo exige calma. Primeiro, preparo a massa e espero secar. Depois, vem a etapa de lixar, aplicar a base acrílica, pintar e, por fim, envernizar. Dependendo do clima, a peça só fica pronta depois de dois ou três dias. Mas esse tempo de espera virou parte do encanto. Entre uma etapa e outra, tenho conseguido me desconectar, me dedicar a algo manual e criativo, e, mais importante, ter um momento só meu.

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Foto: Dalila Oliveira (Reprodução)

Acho que uma das maiores lições que tenho aprendido com a cerâmica fria é que nem tudo na vida precisa ter um propósito produtivo. Errar faz parte do processo, e tudo bem não ser “boa” em algo desde o início ou sequer ter a intenção de monetizar um hobby. No trabalho manual, as coisas nem sempre saem perfeitas: às vezes, a peça fica torta, a cerâmica fica fina demais ou a tinta escorre para o lugar errado. Mas, no fim, você se apaixona pelo processo, pelo improviso, pelo inesperado.

E, se parar para pensar, a vida offline é assim também. Não existe um roteiro perfeito, um feed organizado ou um botão de refazer. Tudo acontece no tempo que tem que acontecer. Então, se eu puder te dar uma dica de hobby para começar, aposte na cerâmica fria. Você pode se surpreender com o que suas próprias mãos são capazes de criar.

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Por fim, se você se interessou por esse hobby, deixo aqui uma seleção de itens indispensáveis para começar a fazer cerâmica fria: