Petróleo tomba mais 6% com retaliação da China ao ‘tarifaço’ de Trump

Os preços do petróleo  estenderam as perdas da véspera e fecharam em forte queda nesta sexta-feira (3). A queda foi impulsionada pela decisão da China em impor uma taxa sobre os produtos norte-americanos, em resposta ao plano tarifário dos Estados Unidos.

Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho, encerraram com baixa de 6,50%, a US$ 65,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Na semana, o Brent acumulou perda de mais de 9%.

Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para maio caíram 7,41%, a US$ 61,99 o barril, em New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, o WTI desvalorizou quase 10%. 

O que derruba o petróleo hoje?

O petróleo foi pressionado pelo segundo dia consecutivo com as tarifas de importação dos Estados Unidos em foco. Nesta sexta-feira (4), a país anunciou a taxação de 34% sobre a importação de produtos norte-americanos a partir de 10 de abril, como uma resposta à tarifa de mesma alíquota imposta pelo governo Trump aos produtos chineses.

“A resposta agressiva da China em relação às tarifas dos EUA praticamente confirma que estamos caminhando para uma guerra comercial global; uma guerra que não tem vencedores e que prejudicará o crescimento econômico e a demanda por commodities importantes, como petróleo bruto e produtos refinados”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, à Reuters.

Com isso, os investidores seguiram avaliando os impactos de uma possível guerra comercial global, que deve restringir o crescimento econômico mundial e, assim, limitar a demanda por combustível. Os EUA, por exemplo, são o maior consumidor do petróleo no mundo.

O Goldman Sachs revisou as estimativas para os preços do petróleo e passaram a projetar o barril do Brent a US$ 66 em dezembro deste ano. A estimativa anterior era de US$ 71 o barril.

Os investidores ainda repercutem a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, que são liderados pela Rússia, (Opep+) em avançar com o plano de eliminar gradualmente os cortes na produção de petróleo a partir de maio — e surpreendeu o mercado.

No próximo mês, a Opep+ deve aumentar produção do óleo bruto em 411.000 barris por dia (bpd). O efeito nos preços é explicado pela relação entre oferta e demanda: quanto maior a oferta, os preços tendem a cair.

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