Beleza para usar: a trend das embalagens que viram acessórios viralizados

Você usaria um colar que também é um perfume? Ou uma pulseira que serve para retocar o batom? Podem parecer acessórios viralizados inusitados à primeira vista, mas essa é a nova aposta das marcas de beleza para conquistar uma geração que valoriza estilo, praticidade e, claro, se comunica primordialmente pelas redes sociais. As chamadas wearable packagings — ou, em tradução livre, embalagens vestíveis — estão ganhando espaço e redefinindo o papel do design no universo da beleza.

Mais do que proteger e transportar o produto, essas embalagens se tornaram mais uma opção de acessório para incrementar o look. Perfumes em pingentes, balms em chaveiros e maquiagens em miniaturas que cabem no bolso fazem parte dessa revolução silenciosa, mas com potencial de alcançar milhões de visualizações em poucos dias — e arrancar elogios no street style.

Foto: Bubble (Reprodução/Instagram)

Segundo um levantamento recente, 68% dos consumidores entre 18 e 34 anos preferem produtos que se encaixam em rotinas dinâmicas, e 72% afirmam que a conveniência é um fator decisivo na hora da compra. E não para por aí: 60% estão dispostos a pagar mais por embalagens visualmente atraentes — ou seja, quanto mais bonito, mais evapora das prateleiras.

Isso explica o sucesso de marcas como a Rhode, de Hailey Bieber, que une estética clean com funcionalidade. Ou vai dizer que aquela capinha, que tem um espaço perfeito para encaixar o lip balm, não é prática e muito cool?

Já a coreana I’M MEME bombou nas redes sociais ao transformar maquiagem em acessórios fofos e fáceis de usar. Não à toa, esses produtos se tornaram acessórios viralizados, cruzando a linha entre beleza e moda.

Foto: Beth McCreadie (Reprodução/Instagram)

A estética também fala alto quando o assunto é engajamento. Um estudo mostra que 45% da Geração Z são diretamente influenciados por embalagens “instagramáveis”, enquanto 70% dos millennials já compartilharam compras motivados pela beleza da embalagem. Esses dados explicam por que o design virou uma extensão da identidade da marca — e da personalidade do consumidor. Quanto mais única e fotogênica a embalagem, maior a chance de viralizar. No mundo da beleza, um bom unboxing pode ser tão poderoso quanto a fórmula do produto em si.

Nos últimos dois anos, a categoria de produtos simples de levar pra lá e pra cá cresceu 24%. Para 38% dos jovens adultos, ter cosméticos fáceis de carregar e usar no dia a dia é essencial. E é aí que entra o conceito de wearable packaging como diferencial competitivo: além de funcional, ele se integra ao estilo pessoal. Marcas, como Bubble e Carolina Herrera, oferecem batons personalizáveis com charms coloridos, enquanto a Chanel lançou uma versão menor do clássico Chanel No.5 em uma corrente decorada, permitindo que o perfume seja usado como um acessório de bolsa.

E até marcas que não lançaram nenhum produto oficial nessa linha, como a Gisou, veem os seus itens de beleza virarem charms em vídeos de customização no TikTok.

No Brasil, a Quem Disse Berenice transformou o seu batom em chaveiro e até presilha no Carnaval.

Além de aumentar o apelo estético, essas embalagens funcionais fortalecem a identidade da marca e incentivam a fidelidade dos clientes. Ao transformar produtos de beleza em acessórios viralizados de moda, as marcas criam conexões emocionais mais profundas com os consumidores, que valorizam itens que refletem seu estilo pessoal.​

Para se destacar em um mercado competitivo — e até um pouco saturado, vamos ser sinceras aqui —, as marcas de beleza têm que continuar inovando, mas será que esse é o caminho?