Mercados em montanha-russa: Ibovespa tenta sustentar os 126 mil pontos e enfrenta forte volatilidade com possível pausa em tarifas de Trump

A forte aversão ao risco do mercado internacionais não poupou o Ibovespa (IBOV) nos primeiros minutos do pregão e as negociações começaram a segunda-feira (7), com queda de mais de 2% na primeira hora do pregão. Logo após a abertura, o principal índice da bolsa brasileira perdeu quase 3 mil pontos, com apenas uma ação em leve alta: SLC Agrícola (SLCE3).

Por volta de 11h25 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,92%, aos 126.091,27 pontos. Minutos antes, o índice chegou a subir mais de 1% com possível flexibilização das tarifas impostas pelos EUA.

Pelo terceiro dia consecutivo, as atenções — e a aversão ao risco — ficam concentradas no exterior, em meio ao crescente temor de uma guerra comercial semelhante a de 2018, desencadeada pelo plano tarifário dos Estados Unidos, apresentado pelo presidente Donald Trump na semana passada.

A cautela dos investidores foi intensificada na última sexta-feira (4), após a China anunciar uma tarifa de 34% sobre a importação dos produtos norte-americano, que começa a valer na próxima quinta-feira (10) — um dia após a tarifa de 34% dos EUA contra a China entrar em vigor.

Além disso, a tarifa universal de 10% sobre todas as importações no território norte-americano entrou em vigor no último sábado (5) — com impacto, inclusive, no Brasil e nos demais países da América Latina. Já as taxas recíprocas, que são direcionadas aos países em que os EUA têm déficits comerciais, começam a valer na próxima quarta-feira (9).

Com isso, os agentes financeiros elevaram o risco de uma recessão na maior economia do mundo, com a política comercial norte-americana se tornando menos favorável às empresas. O Goldman Sachs, por exemplo, elevou pela segunda vez em uma semana a sua probabilidade para 45%. 

Agora os investidores aguardam possíveis flexibilizações das tarifas em negociações bilaterais. Na rede social, Truth Social, Trump afirmou que “todos os países estão conversando” com os EUA. Ele ainda disse que o Japão deve enviar ao território norte-americano uma equipe “de ponta” para negociar as taxas, após uma conversa com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, mais cedo.

Dólar em alta

Já o dólar à vista (USBRL) também opera em forte volatilidade, em meio às preocupações com a atividade econômica global. Com as incertezas adiante, os investidores buscam por ativos considerados mais seguros como as moedas fortes — o dólar, por exemplo — e, consequentemente, pressionados as divisas de países emergentes, como o real brasileiro. 

Por volta de 11h30 (horário de Brasília), o dólar operava a R$ 5,86 (+0,28%). Nas primeiras horas do pregão, a moeda atingiu R$ 5,91.

No Boletim Focus desta semana, os economistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção pela quarta semana consecutiva e projetam o câmbio a R$ 5,90 em dezembro de 2025.

Tensão continua nos mercados internacionais

Os índices de Wall Street iniciaram o pregão com queda de mais de 3%, sendo o quarto pregão consecutivo de fortes perdas. O S&P 500 caminha para o ‘bear market’, que é quando o índice opera mais de 20% abaixo das máximas históricas. Por instantes nesta manhã (7), os índices inverteram o sinal para alta, com a possível pausa no plano tarifário.

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Na Ásia, o principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997, com queda de mais de 13% e o índice Nikkei, do Japão, enfrentou um ‘circuit-break’ e encerrou as negociações com um tombo de 8,8%, a 30.792 pontos.

Já as bolsas da Europa operam no menor nível em 16 meses. O índice STOXX 600 operam em queda de mais de 4% recuando pela quarta sessão consecutiva e a caminho de seu maior declínio percentual em um dia desde a pandemia da Covid-19. Já o índice DAX, da Alemanha, chegou cair até 10% durante o pregão desta segunda-feira (7).

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