Óculos VR são uma nova esperança para a detecção precoce do Alzheimer

Em artigo apresentado na última terça-feira (1º) no Symposium Session 11 da Cognitive Neuroscience Society (CNS), em Boston, pesquisadores revelaram como a tecnologia de realidade virtual (VR) pode ser usada para identificar sinais precoces do Alzheimer. Com ambientes virtuais imersivos, os pesquisadores observaram como a pessoa se lembra de lugares e objetos.

  • Mapa cerebral é gerado com IA para descobrir origem de Alzheimer e Autismo
  • Realidade virtual ajuda médicos britânicos na luta contra a COVID-19

A pesquisa mostrou que tarefas de navegação em VR, como lembrar a localização de objetos em uma sala virtual, conseguem diferenciar o desempenho de jovens adultos, idosos saudáveis e pessoas com comprometimento cognitivo leve — condição que frequentemente precede o Alzheimer. Participantes foram testados em ambientes virtuais onde precisavam memorizar e depois localizar itens cotidianos.

Ao associar o desempenho nessas tarefas com biomarcadores da doença, como as proteínas pTau217 e Aβ42/Aβ40, os pesquisadores notaram que pessoas com maiores concentrações dessas proteínas têm pior desempenho na memória espacial e precisão de localização, mesmo sem sintomas clínicos evidentes.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Óculos VR revela falhas sutis de memória e navegação

A equipe da University of British Columbia desenvolveu um teste em realidade virtual que mede a capacidade de navegação, para que assim pudesse quantificar a diferença entre navegação egocêntrica (referenciada no próprio corpo) e alocêntrica (referenciada no ambiente).

Óculos de realidade virtual pode ajudar na detecção do Alzheimer precoce (Imagem: Freepik)

“Descobrimos uma diminuição na memória de localização de objetos, bem como uma diminuição na precisão da memória de localização de objetos, entre adultos jovens e adultos mais velhos e entre participantes sem comprometimento e aqueles com comprometimento cognitivo leve”, diz a autora, Manu Madhav.

A ideia é chegar a uma alternativa não invasiva aos exames tradicionais, como análises de líquido cefalorraquidiano e neuroimagem, que geralmente só são realizados após sintomas avançados. Dessa forma, sistemas de avaliação com VR possam ser integrados ao acompanhamento clínico, permitindo o rastreio mais cedo da doença e orientando intervenções preventivas.

Leia também:

  • Realidade virtual vem ajudando idosos contra a solidão e restrições físicas
  • Psicólogos brasileiros estão usando realidade virtual para tratar fobias

VÍDEO | Sinais de Alzheimer podem estar na forma como conversamos

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.