‘Termômetro do medo’ dispara mais de 60% e acende ‘alerta’ no mercado

O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, tem uma nova disparada nesta segunda-feira (7).

O índice VIX alcançou 60,13 pontos, no maior patamar desde 5 de agosto. O movimento acontece depois de encerrar no maior nível em cinco anos na última sexta-feira (4). 

O índice, que mede as expectativas futuras de volatilidade por meio de opções de ações do S&P 500, tem registrado forte avanço desde 21 de fevereiro, após dados de atividade econômica mais fracos e, agora, opera próximo das máximas do ano. Mas, desde 2 de abril, o VIX tem renovado as máximas anuais.

A disparada do índice, pelo terceiro dia consecutivo, acontece ainda em reação ao plano tarifário do presidente norte-americano, Donald Trump — e as retaliações.

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Na última quarta-feira (4), Trump estabeleceu uma alíquota-base de 10% para todos os países que são parceiros comerciais, que entrou em vigor no último sábado (5). Já as tarifas recíprocas serão aplicadas a partir de 9 de abril. De acordo com a Casa Branca, China (com taxa de 34%), Vietnã (46%), União Europeia (20%) e Taiwan (32%) serão os mais impactados.

Em resposta, a China anunciou uma tarifa de 34% sobre a importação dos produtos norte-americano na ultima sexta-feira (4). A medida começa a valer na próxima quinta-feira (10) — um dia após a tarifa de 34% dos EUA contra os produtos chineses entrar em vigor.

Hoje (7), Trump voltou a endurecer o discurso contra a segunda maior economia do mundo. Em publicação na rede social Truth, o presidente norte-americano disse que, se a China não recuar na tarifa retaliatória, os EUA vão aumentar a alíquota de importação recíproca de 34% para 50% — com vigência a partir da próxima quarta-feira (9).

Ele ainda afirmou que as negociações sobre as tarifas com Pequim foram encerradas.

Mais cedo, a Casa Branca negou rumores de que Trump estuda suspender as taxas por 90 dias.

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S&P 500 a caminho do ‘bear market’

As bolsas de Wall Street operam em forte queda nesta segunda-feira (7), pelo quarto dia consecutivo. O índice S&P 500 está próximo do bear market‘, que é quando o índice opera mais de 20% abaixo das máximas históricas. Na última sessão, o índice registrou a maior queda diária desde março de 2020.

Já o índice Nasdaq, que reúne as maiores empresas do setor de tecnologia, entrou em ‘bear market’, na última sexta-feira (4), com a queda de 22% em relação às máximas históricas — que foram alcançadas em dezembro.

Em linhas gerais, as tarifas podem gerar um movimento em cadeia: as taxas podem encarecer os produtos que chegam nos EUA; os preços sobem, acelera a inflação que, depois, pode resultar em uma queda de atividade econômica e, consequentemente, da lucratividade das empresas.

Os EUA já estão em um cenário de desaceleração econômica e a preocupação agora é de uma stagflation – momento em que a redução ou estagnação de crescimento econômico está atrelado a aumentos de preços, ou a uma inflação acima da esperada pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano.

O Goldman Sachs, por exemplo, elevou o risco de recessão dos Estados Unidos de 35% para 45%,  pela segunda vez em uma semana. 

Ontem (6), Trump afirmou que não previa que os mercados entrariam em forte liquidação após as tarifas. “Não quero que nada despenque, mas às vezes é preciso tomar remédio para consertar alguma coisa”, disse o presidente norte-americano a repórteres no Air Force One sobre as consequências econômicas de suas tarifas. “Fomos tratados tão mal por outros países porque tivemos uma liderança estúpida que permitiu que isso acontecesse”, acrescentou.

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