Ethereum (ETH) ainda vale a pena? Com preços em queda de 50% no ano, rede enfrenta problemas com ‘parasitas’ de receitas e briga de desenvolvedores

O dia é negativo para a maioria das criptomoedas, mas o destaque negativo vai para o ethereum (ETH) que, com a queda de quase 10% desta segunda-feira (7), entra com os dois pés no bear market com uma desvalorização de mais de 50% em 2025.

Para Gabriel Bearlz, analista parceiro da Mercurius Crypto, o caso do éter vem de uma sucessão de fatores que impactam os preços do token ETH. Em entrevista ao Crypto Times, o analista explicou os principais pontos dos seus comentários sobre a rede do ethereum.

Para ele, o ethereum pode se beneficiar no longo prazo do desempenho do bitcoin (BTC) — cujas expectativas são de superar as máximas históricas acima dos US$ 109 mil.

“Pensando de forma bem otimista, visualizar o éter entre US$ 4 mil e US$ 5 mil é algo mais provável do que imaginar que o ETH vá superar o preço do bitcoin”, comenta.

O analista afirma que é difícil trabalhar com um preço-alvo fixo para um ativo tão volátil como é o caso de uma criptomoeda e que prefere trabalhar com uma análise mais dinâmica do projeto.

Ainda assim, Bearlz não vê um futuro tão otimista para o éter. “Eu acho improvável ao longo dos próximos 12 meses ou ainda em 2025 o ethereum buscar o patamar de US$ 10 mil, que é o que boa parte do mercado fala”.

  • VEJA TAMBÉM: O Agro Times está de olho nas maiores feiras do agronegócio brasileiro – e traz tudo em primeira mão pra você

Relação ‘parasitária’ na rede do ethereum (ETH)

Em primeiro lugar, houve uma fragmentação do ecossistema ethereum com a proliferação de aplicações de segunda camada (layer 2 ou L2), que acabaram reduzindo a atividade na rede (blockchain) principal do éter.

No primeiro momento, essas aplicações tinham uma relação umbilical com a rede principal. Contudo, as taxas menores e transações mais rápidas conseguiram captar mais usuários ao longo do tempo.

Isso criou o que Bearlz chamou de “dinâmica parasitária” das L2. “As segundas camadas geram muita receita e pagam um ‘aluguel’ relativamente baixo para a rede principal do ethereum”, comenta o analista.

Isso porque a blockchain do ethereum é a rede de construção de projetos (layer 1 ou L1) mais antiga e mais sólida do mercado, garantindo uma estabilidade e segurança maior do que as demais.

Contudo, isso tornou a rede mais cara e lenta do que seus pares. Como consequência dessa dinâmica, a receita do ethereum caiu 90% após a introdução das L2, que agora tem uma atividade 200 vezes maior do que a rede principal.

  • E MAIS: Junte-se à comunidade de investidores do Money Times para ter acesso a reportagens, coberturas, relatórios e mais; veja como

Briga entre os desenvolvedores

Outro ponto importante que afetou os preços do ethereum foi a disputa entre os desenvolvedores — com possíveis sinais de um fork (divisão) da rede em duas, ainda que essa alternativa seja bastante improvável.

Essa disputa se deu em duas frentes: de um lado, a ala “ideológica”, liderada pelo co-criador do ethereum, Vitalik Buterin, acredita que o foco da Ethereum Foundation deva focar em desenvolver a tecnologia e segurança da rede apesar dos preços do token ETH.

Já a outra frente, conhecida informalmente como Ethereum Foundation 2.0, focada em desenvolver o projeto junto com o crescimento do token nativo.

Apesar das divergências estarem mais focadas no caráter ideológico e menos pragmático do projeto, Bearlz acredita que a briga passa uma imagem ruim para o investidor. “É como se a diretoria de uma empresa estivesse brigando pelo futuro da companhia”, comenta.

Por fim, apesar de todos esses fatores, o ethereum continua sendo a segunda maior criptomoeda do mundo e uma das redes mais importantes do mercado. Resta saber se os desenvolvedores conseguirão demonstrar o valor de uso da blockchain para tornar o éter mais atrativo para os investidores. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.