Trump Culpa China por Caos nos Mercados e Pausa Tarifas por 90 Dias; NY Sobe Mais de 6%

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Se algum desavisado olhar para as cotações das principais bolsas globais nesta quinta-feira (09) pode tomar um susto. Após dias de sangria e a pulverização de trilhões de dólares — com perdas comparáveis ao auge da crise do subprime, em 2008 —, os índices se recuperam com grande fôlego. Por volta das 15h, o Nasdaq subia 8%, enquanto o Ibovespa engatava alta de quase 3%. 

A mudança de humor é muito mais do que apenas uma correção após as quedas dos últimos dias. O presidente americano Donald Trump anunciou há pouco uma pausa de 90 dias em sua política tarifária. Com uma exceção: a China. Ao invés de trégua, o país asiático verá a sobretaxa sobre os seus produtos aumentarem para 125%. 

Isso não significa que as tarifas impostas e anunciadas no dia 2 de abril, batizado de Dia da Libertação pelo governo americano, saíram de cena. Em uma publicação no Truth Social, Trump explica que as tarifas recíprocas serão reduzidas para 10% já que “mais de 75 países entraram em contato com representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e o USTR (Representante de Comércio dos EUA), para negociar uma solução para os temas em discussão relacionados a comércio, barreiras comerciais, tarifas, manipulação cambial e tarifas não monetárias”. 

Desde que Trump anunciou o seu plano tarifário, economistas de renome, como o CEO do JP Morgan, o bilionário Jamie Dimon, apontam para uma possibilidade cada vez maior de que os Estados Unidos enfrentem uma recessão. As bolsas em Wall Street chegaram a acumular perdas superiores a 10% em poucos dias e o barril de petróleo está com os preços nas mínimas dos últimos quatro anos. 

O dólar à vista, que havia ultrapassado a casa dos R$ 6, voltou a ser negociado no patamar dos R$ 5,88.

Por que a China é uma exceção? 

Enquanto a maior parte dos países recebem uma colher de chá, a China terá uma sobretaxa duas vezes maior do que a inicialmente anunciada. Isso ocorre porque o governo chinês não se intimidou pelas ameaças de Trump e decidiu colocar em prática medidas retaliatórias. 

Nos últimos dois dias, os países estão em um verdadeiro cabo de guerra. No dia 2, os Estados Unidos anunciaram uma tarifa de 34% que se somaria aos 20% já vigentes sobre os produtos chineses. 

A China, por sua vez, decidiu impor 34% sobre as importações americanas. Os EUA responderam com um aumento de tarifa — indo a 104%. O país asiático respondeu com uma cobrança de 84%. Agora, o governo americano declarou uma sobretaxa de efeito imediato de 125% sobre todos os produtos chineses. 

Em sua publicação no Truth Social, Trump acusa Pequim de “falta de respeito com os  mercados mundiais”. “Estou aumentando a tarifa cobrada da China para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, espero que em um futuro próximo, a China perceberá que os tempos de explorar os EUA e outros países não são mais sustentáveis nem aceitáveis”, argumenta Trump. 

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