Justiça de Santa Catarina nega pedido para reabrir o Restaurante Popular de Florianópolis

Restaurante Popular de Florianópolis, fechado há 54 dias, permanecerá sem abrir as portas após pedido da Defensoria Pública ser negado na Justiça catarinense - Foto: Júlia Magalhães/PMF/ND

Restaurante Popular de Florianópolis, fechado há 54 dias, permanecerá sem abrir as portas após pedido da Defensoria Pública ser negado na Justiça catarinense – Foto: Júlia Magalhães/PMF/ND

O Restaurante Popular de Florianópolis, por enquanto, seguirá fechado. O pedido liminar da Defensoria Pública para a reabertura do local foi negado pelo desembargador João Henrique Blasi, sob a justificativa de que, neste momento, o imóvel requer uma série de adaptações, entre elas, de encanamento, rede elétrica e estrutura sanitária.

No despacho, o desembargador também cita problemas como furtos de objetos, ameaças aos funcionários e cidadãos e diferentes apreensões de armas brancas, que já foram registrados no local.

Ação coletiva do Núcleo de Cidadania para reabrir o Restaurante Popular de Florianópolis pediu por ‘direito à alimentação’

A ação coletiva foi ajuizada pelo NUCIDH (Núcleo de Cidadania, Igualdade, Diversidade, Direitos Humanos e Coletivos) da Defensoria Pública catarinense. Segundo o pedido, o objetivo é assegurar o direito à alimentação da população em situação de vulnerabilidade social.

O Restaurante Popular de Florianópolis está fechado desde 22 de fevereiro. O local fornecia cerca de duas mil refeições diárias a pessoas de baixa renda, estudantes e população em situação de rua.

Local servia refeições a baixo custo para pessoas em situação de vulnerabilidade social como parte da política de direito à alimentação - Foto: Diogo de Souza/ND

Local servia refeições a baixo custo para pessoas em situação de vulnerabilidade social como parte da política de direito à alimentação – Foto: Diogo de Souza/ND

Em nota, a Defensoria Pública reafirmou que “seguirá buscando o restabelecimento do funcionamento do Restaurante Popular de Florianópolis, equipamento de implementação da política pública de manutenção da segurança alimentação de população vulnerável”.

Para a coordenadora do NUCIDH, A defensora pública Ana Paula Fão Fischer, “a decisão desconsidera o impacto social do fechamento do Restaurante Popular, agravando a situação de insegurança alimentar de milhares de pessoas.

Desembargador apontou para alternativas a pessoas em vulnerabilidade social

No documento, Blasi salientou que o município disponibiliza uma estrutura completa na Passarela da Cidadania, com a guarda de pertences e um espaço pet para acolhimento de animais. Conforme o magistrado, ainda, a oferta de oficinas profissionalizantes, suporte assistencial e “ações voltadas à reinserção social”.

Blasi, por fim, acrescentou que a “política de segurança alimentar” será mantida por meio do Benefício Alimentação, oferecido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, bem como a distribuição de cestas básicas encaminhadas pelos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social).

Como alternativa ao Restaurante Popular, o magistrado aponta para o Benefício Alimentação e as cestas básicas distribuídas pelos CRAS - Foto: Leo Munhoz/ND

Como alternativa ao Restaurante Popular, o magistrado aponta para o Benefício Alimentação e as cestas básicas distribuídas pelos CRAS – Foto: Leo Munhoz/ND

A Prefeitura de Florianópolis afirmou que, nesse momento, não há necessidade de manifestação, visto que a decisão corrobora com a visão da administração municipal sobre a necessidade de readequação do espaço.

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