Código Civil pode obrigar homem indicado como pai registrar filho

Congresso NacionalLeonardo Sá/Agência Senado

Uma mudança no Código Civil propõe que, sempre que uma mulher indicar um homem como pai de seu filho, ele deverá registrar a criança ou realizar exame de DNA para confirmar a paternidade.

Caso se recuse a reconhecer o vínculo ou a fazer o teste genético, o nome dele será incluído no registro de nascimento por determinação do oficial do Registro Civil, que também enviará uma cópia da certidão ao suposto pai.

A proposta estabelece ainda que esse homem poderá, a qualquer momento, pedir a retirada de seu nome do documento, desde que comprove que não há laço genético ou socioafetivo com a criança.

O texto que está a caminho do Senado inverte a lógica atual, em que a mãe precisa recorrer à Justiça para que a paternidade seja reconhecida. Agora, passa a ser responsabilidade do homem indicado comprovar o contrário.

Além das novas regras sobre paternidade, o texto traz inovações em áreas como casamento, reprodução assistida, inteligência artificial e direito digital, além de propor uma ampliação no conceito de família.

Código Civil

O  Código Civil, em vigor desde 2002, que trata de temas como casamento, heranças, doações, contratos, dívidas e também da organização de empresas. A atualização, elaborada por uma comissão de juristas, ainda pode sofrer alterações antes de chegar à Câmara dos Deputados, mas deve começar a ser analisada pelo Senado ainda neste ano.

Já a sua atualização, o projeto de lei (PL 4/2025), é resultado dos trabalhos da comissão de juristas criada em 2023 por iniciativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Entre as novidades, está a inclusão de um capítulo sobre direito civil digital, que estabelece normas para relações mediadas pela tecnologia. As novas regras também regulamentam o uso de inteligência artificial. 

Entre as outras mudanças no Código Civil também estão mudanças nas regras sobre casamento, reprodução assistida e o conceito de família, que passa a incluir outras formas de organização familiar.

O anteprojeto ainda revisa dispositivos relacionados a contratos, heranças, doações, dívidas e estrutura de empresas, com o objetivo de modernizar e tornar mais claras as normas que regem essas relações. 

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