PM de São Paulo indicia 16 policiais por envolvimento com o delator do PCC Vinícius Gritzbach


O tenente Giovanni Garcia é apontado como o chefe do serviço ilegal de escolta contratado por Gritzbach. Foi Garcia que, segundo os investigadores, contratou outros 11 PMs para o ‘bico’. No dia do crime, 5 deles estavam no aeroporto. Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo concluiu a investigação sobre o envolvimento de policiais militares com o delator do PCC Vinícius Gritzbach
Jornal Nacional
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo concluiu a investigação sobre o envolvimento de policiais militares com o delator do PCC Vinícius Gritzbach. Dezesseis PMs foram indiciados.
As câmeras que registraram o assassinato de Vinícius Gritzbach revelaram que o delator do PCC recebia a proteção de mais de uma dezena de policiais militares de São Paulo. Ao longo dos últimos cinco meses, a investigação da Corregedoria da PM identificou cada um deles.
O tenente Giovanni Garcia é apontado como o chefe do serviço ilegal de escolta contratado por Gritzbach. Foi Garcia que, segundo os investigadores, contratou outros onze PMs para o “bico”. No dia do crime, cinco deles estavam no aeroporto.
Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil em novembro de 2024, quando saía do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Meses antes, Gritzbach havia assinado um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público paulista em que delatou traficantes de drogas do PCC e acusou policiais civis de corrupção. Doze policiais militares foram indiciados por organização criminosa.
No relatório final do inquérito, a Corregedoria afirma que “em vez de proteger a população, os agentes passaram a proteger criminosos ligados ao PCC, utilizando o conhecimento técnico, treinamento e estrutura fornecidos pela própria PM”.
Os investigadores descobriram ainda que um tenente fraudava a escala de trabalho desses policiais para que eles pudessem fazer a segurança de Gritzbach sem serem punidos por faltar no serviço. A Corregedoria considerou que o tenente praticou dois crimes: falsidade ideológica e prevaricação, quando um funcionário público deixa de cumprir seu dever.
Os três PMs que já respondem na Justiça comum pelo assassinato de Gritzbach também voltaram a ser indiciados. Desta vez, pelo crime militar de organização para a prática de violência.
O relatório chegou nesta quarta-feira (16) à Justiça Militar. Nos próximos dias, o Ministério Público deve decidir se oferece denúncia contra os PMs, para que eles respondam judicialmente pelos crimes. A Corregedoria também pediu que os 14 policiais que já estão presos continuem na cadeia.
A defesa do tenente do Giovanni Garcia diz que ele é inocente e que a Corregedoria da PM se valeu de ilações para envolver o nome dele numa organização criminosa. A Secretaria de Segurança Pública declarou que não tolera desvios de conduta e que todos vão ser punidos com rigor.
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