Após mudar gênero nos vistos de Hilton e Salabert, EUA diz que só reconhece 2 sexos ‘imutáveis’

EUA muda gênero nos vistos de Erika Hilton e Duda Salabert, parlamentares trans

Erika Hilton e Duda Salabert denunciaram a mudança de gênero nos vistos – Foto: Divulgação/ND

As deputadas federais Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) tiveram o gênero nos vistos americanos trocados. Ao invés do sexo feminino, as parlamentares foram identificadas no masculino. Ambas são mulheres trans.

Erika denunciou a troca do gênero no visto em suas redes sociais nesta quarta-feira (16). O visto diplomático seria usado por ela para uma conferência acadêmica nos Estados Unidos.

 

Deputada federal Erika Hilton (Psol) denunciou a troca do gênero no visto

Deputada federal Erika Hilton (Psol) denunciou a troca de gênero no visto em suas redes sociais – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira”, denunciou a deputada.

Duda Salabert

Após o anúncio de deputada do PSOL, Duda Salabert também foi às redes sociais informar que passou pelo mesmo há 15 dias.

“Para minha surpresa — e revolta —, fui informada de que meu novo visto viria com a marcação de gênero como masculino”, contou a parlamentar.

Duda Salabert (PDT)

Duda Salabert (PDT) vai tentar resolver a situação por vias diplomáticas – Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

Embaixada dos EUA justifica a troca do gênero nos vistos

Segundo a embaixada dos Estados Unidos, a ordem executiva 14168, assinada em 20 de janeiro pelo presidente Donald Trump, “reconhece apenas dois sexos, imutáveis desde o nascimento”.

Erika Hilton enviou um ofício ao Ministério das Relações Exteriores solicitando uma reunião com o ministro Mauro Vieira, e o Itamaraty avalia a possibilidade do encontro.

Ela ainda informou que articula uma ação jurídica internacional contra o governo de Trump.

Duda Salabert também afirmou que está tentando resolver a situação por vias diplomáticas. “Essa situação é mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos”, argumentou.

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