O Produtor Agropecuário Quer — e Precisa — de Serviço de Excelência

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Quem vive o dia a dia da fazenda sabe dos desafios logísticos, acesso a bons profissionais e sua disponibilidade, entre outros fatores que exigem não somente um bom planejamento, mas parceiros e fornecedores capazes de oferecer um bom e ágil atendimento. Mas a verdade é que a produção do campo depende também de fatores externos não controlados, como por exemplo intervalos de chuvas, doenças, pragas e a própria dinâmica do mercado.

Por isso, mais do que adquirir um equipamento ou uma solução tecnológica, o produtor agropecuário quer ter ao seu lado parceiros de confiança, que ofereçam estrutura e suporte que lhe deem respaldo técnico, e estejam disponíveis quando for preciso. Essa relação, baseada em proximidade e compromisso, tem se tornado cada vez mais um fator decisivo na hora de escolher fornecedores — muitas vezes, mais importante até do que o próprio preço.

Esse comportamento, que há tempos observamos na prática, também aparece nos dados. Segundo a pesquisa recente “Expectativas do Produtor Rural para 2025”, da Broto, plataforma de agro do Banco do Brasil, 78,99% dos entrevistados priorizam assistência técnica e suporte pós-venda, enquanto o preço foi citado por 66,67%. Isso confirma que confiança, proximidade e um atendimento de qualidade são decisivos — não apenas na escolha do fornecedor, mas na construção de parcerias duradouras.

Falo isso também com base na minha experiência à frente de equipes comerciais e de marketing no setor. Por mais que se invista em inovação — e o investimento precisa ser constante —, nada substitui o relacionamento genuíno com quem está na ponta. É por isso que acredito tanto em equipes técnicas presentes, formadas por profissionais que conhecem profundamente o que vendem e estão preparados para apoiar os clientes em campo. E também por isso considero tão importante a escuta ativa, o ajuste de rotas e a melhoria contínua dos processos de atendimento.

Atendimento personalizado, aliás, é essencial. O produtor quer ser atendido como alguém único. E ele tem razão. Cada fazenda tem uma realidade particular e necessidades diferentes. O nosso público demanda empatia, proximidade e comprometimento, e claro, bons processos. Não existe uma fórmula pronta. É preciso ouvir, compreender e adaptar.

Vejo que muitas vezes se subestima o impacto de um pós-venda bem feito. Mas, para o produtor, esse serviço pode ser o que garante a colheita, o manejo adequado do rebanho ou a nutrição correta dos animais. Quando uma máquina para em um momento crítico e não há suporte ágil, o prejuízo é real e cada hora importa. Por isso, investir em uma estrutura sólida de pós-venda é investir no sucesso do cliente.

Essa lógica também vale para os dados e a inteligência de mercado. O atendimento deixou de ser apenas reativo e passou a ser também preditivo. Quando conseguimos antecipar necessidades e resolver problemas antes mesmo que eles ocorram, estamos dando um passo à frente, e hoje possível com tecnologias disponíveis, como um sistema de telemetria, ou um bom programa de manutenção preditiva. E é isso que temos que buscar todos os dias: estar um passo à frente, lado a lado com quem produz.

Faço parte de uma empresa familiar, com uma gestão profissionalizada, que sempre valorizou a escuta, a confiança e o relacionamento com o produtor. Ao longo dos anos, aprendi que tradição e inovação podem e devem andar juntas. A confiança que se conquista no campo não vem só do equipamento entregue. O cliente precisa saber com quem ele pode contar para um bom planejamento, gestão, e também com as surpresas do dia a dia.

É hora de todo o setor enxergar o pós-venda e o atendimento como parte essencial da entrega, pois tem impacto direto no resultado do produtor, assim como a qualidade de um projeto ou produto. Não se trata de uma área de apoio. Pelo contrário, é uma área estratégica.
Se queremos um agro cada vez mais forte, competitivo e sustentável, precisamos valorizar a experiência completa do cliente. E isso começa por uma escuta verdadeira de suas necessidades, passa por um atendimento humano e técnico de qualidade, e se concretiza na entrega de um produto de excelência e pós-venda que realmente funcione.

*Jaqueline Casale Pizzolato é zootecnista pela Unesp, diretora comercial e de marketing da Casale, empresa líder em equipamentos para pecuária. Antes de assumir a trajetória de sucessão familiar, somou experiências internacional e nacional em empresas multinacionais do setor, e faz parte do FMA – Forbes Mulher Agro.

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