Ozempic em comprimido; farmacêutica testa remédio oral para substituir caneta

A fabricante farmacêutica Lilly revelou, em um comunicado, que conseguiu produzir uma pílula com efeitos comparáveis ao Ozempic, medicamento injetável usado para o tratamento de diabetes tipo 2. O novo remédio oral é chamado orforgliprona e faz parte dos peptídeos semelhantes a glucagon 1 (GLP-1), dos quais o Ozempic e o Wegovy fazem parte — este último tem o mesmo princípio ativo do Ozempic, mas é usado para controle de peso.

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Os agonistas de GLP-1, como são conhecidos, são famosos como remédios para perda de peso, já que desaceleram a digestão e diminuem o apetite ao modificar indicadores de saciedade no corpo. Como ajudam a diminuir o nível de açúcar no sangue ao aumentar concentrações de insulina, são muito usados no tratamento de diabetes.

Remédio oral para diabetes

Até o momento, todos os medicamentos GLP-1 são injetáveis, precisando de refrigeração e, consequentemente, de uma infraestrutura poderosa e altos custos para distribuir. Com a orforgliprona, a distribuição de tais remédios será muito mais fácil, de acordo com a Lilly. A empresa compartilhou os resultados de seus testes na última quinta-feira (17), mas lembrou que ainda não foram publicados em uma revista científica.


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Todos os agonistas GLP-1, como o Ozempic e Wegovy, usados para diabetes e perda de peso, são injetáveis — o remédio da Lilly poderá mudar isso (Imagem: Freepik)
Todos os agonistas GLP-1, como o Ozempic e Wegovy, usados para diabetes e perda de peso, são injetáveis — o remédio da Lilly poderá mudar isso (Imagem: Freepik)

Os testes foram feitos em 559 adultos com diabetes tipo 2 e cujo nível de açúcar no sangue não pode ser controlado apenas com dieta e exercícios. Por nove meses, os voluntários tomaram orforgliprona (em doses de 3 mg, 12 mg ou 36 mg) ou um placebo. Após 40 semanas, a testagem sanguínea A1C foi realizada, capaz de indicar as médias de glicose sanguínea dos últimos três meses.

Quem tomou o remédio teve uma queda entre 1,3% e 1,6% no açúcar do sangue, enquanto quem recebeu o placebo teve queda de apenas 0,1%. Todos estavam com uma média de 8% no início dos testes, e ⅔ dos que tomaram a dose mais alta chegaram a níveis iguais ou menores a 6,5%, o limite para diabetes. Eles também perderam entre 4,4 kg e 5,5 kg, contra 1,3 kg do grupo placebo.

Os efeitos adversos mais comuns foram de leves a moderados, semelhantes aos de outros remédios GLP-1, como diarreia, náusea, indigestão, constipação e vômitos. A Lilly informou, ao jornal The New York Times, que irá buscar aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência americana de controle de medicações e medicamentos análoga à Anvisa, para lançar o medicamento em 2026 nos Estados Unidos. Não há previsão para chegada no Brasil.

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