Receita dos EUA com importações disparam — e o tarifaço de abril ainda nem entrou na conta

A receita com impostos aduaneiros dos Estados Unidos aumentou mais de 60% em abril na comparação com o mesmo mês anterior, e atingiu o maior recorde em pelo menos 20 anos. Os dados se referem às importações que entraram no país em março, ou seja, ainda não refletem o “tarifaço” em escala planetária que entrou em vigor em 2 de abril.

À medida que as primeiras das novas tarifas do presidente Donald Trump começaram a sair do papel, o governo americano passou a arrecadar os impostos, que são pagos conforme os produtos entram no país.

Entre 1º e 22 de abril, os EUA registram a arrecadação de pelo menos US$ 15 bilhões, de acordo com dados do Tesouro americano divulgados nesta quarta-feira (23). Eles refletem os impostos aduaneiros pagos por grandes importadores e corretores em abril sobre as importações que chegaram aos portos dos EUA em março.

Cerca de dois terços dos importadores pagam tarifas mensalmente, no 15º dia útil do mês seguinte. As cobranças diárias — aquelas pagas no momento da importação — também aumentaram cerca de 40% em abril em comparação com o período correspondente em março.

Incluídos nessas cobranças estão as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio que Trump impôs a partir de 12 de março.

Como a tarifa universal de 10% que Trump só foi anunciada em 2 de abril, as cobranças em maio podem aumentar ainda mais.

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Trump disse que quer que as tarifas ajudem a reduzir ou até mesmo eliminar os déficits comerciais com os parceiros comerciais dos EUA. Mas ele também vê as cobranças de tarifas — a principal fonte de receita para o governo federal antes de o Congresso aprovar o imposto de renda em 1913 — como uma fonte significativa de receita para reduzir outros impostos.

A nova soma representa uma figura ínfima em relação ao déficit geral do orçamento federal. Nos primeiros seis meses do ano fiscal, o governo federal registrou um déficit de 1,31 trilhões de dólares, um aumento de 15% em comparação com o mesmo período do ano anterior, após ajustes pelas diferenças do ano-calendário.

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